O qual nos fez também capazes de serem ministros de um novo testamento,
não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.
(II Coríntios 3: 6)
A Letra Mata, mas o Espírito vivifica (2º Coríntios 3:6)
A
realidade é que existe a letra que mata e os assassinos da letra.
Vamos
começar por aqueles que matam a letra, ou seja, pessoas que interpretam
erroneamente as Escrituras, afirmando que o estudo teológico é terrivelmente
prejudicial à fé, ao ponto de matá-la; marginalizam a Teologia, criticam os
eruditos e seguem indiferentes ao aprofundamento do conhecimento formal.
O
academicismo prepotente ou a formalidade atrelada à religiosidade são algumas silhuetas
aparentemente ortodoxas que negam o Espírito e que podem matar a fé,
porém, o texto de 2 Co 3:6 falas de algo bem diferente.
Por
que alguns são assassinos da letra?
Há
várias justificativas para o assassinato da letra, dentre as quais destacamos as principais:
O
estudo teológico é censurado pelos preguiçosos, por aqueles que tentam justificar
sua acomodação educacional e sua ignorância (burrice) atacando a Teologia
e os estudiosos das Escrituras Sagradas.
O
estudo teológico é censurado pelos ignorantes espirituais, que desprezam o
saber por associá-lo a uma classe social superior incompatível com a fé cristã;
O
estudo teológico é censurado pelos espiritualizastes, por aqueles que vivem
com os pés e a cabeça nas nuvens e que apresentam sempre uma resposta
espiritual, dizendo que Deus revela, fala, dá a palavra, para tudo ao seu
redor;
O
estudo teológico é censurado porque ele incomoda, torna-se inconveniente para
os manipuladores da Bíblia. Quanto menos conhecimento as pessoas possuírem,
mais facilmente serão controladas. É um comportamento assumido pelos ditadores
eclesiásticos e pelas seitas, nas quais o líder se encarrega de pensar pelos
adeptos e implanta um método sutil de controle total. (Só aqui Deus dá a
palavra) Quanta mentira.
Antes de qualquer outro argumento sobre a importância do estudo
teológico é preciso lembrar que as doutrinas cristãs sobreviveram
ao tempo e chegaram até nós, porque teólogos comprometidos com a
fé, estudaram e preservaram a verdade.
Uma
das buscas mais profundas do homem é a da verdade. Mas essa busca não pode
trilhar por um caminho relativo porque, no mundo inteiro, avoluma-se a multiforme
apresentação do engano revestido de trapos da verdade. Bilhões vivem sob o
engano e a maioria jaz inconsciente do estado espiritual em que se encontra.
Às
vezes, a diferença entre o verdadeiro e o similar é muito sutil, quase
imperceptível.
A
verdade é uma só, nada mais, nada menos; ao contrário da verdade, a mentira apresenta-se
sedutora sob multiformes: do engano aberto ao engodo oculto, da mentira
acadêmica às crendices populares. De todos os níveis do engano, o que consegue
adentrar pelos portais da igreja, mesclado com resquícios da verdade, é o que
pode trazer maiores prejuízos à fé cristã.
Há
dezenas de seitas pseudocristão espalhadas por todo o planeta, disseminando inverdades
teológicas para todos os gostos. Há também um aglomerado de doutrinas
“novas”, perigosas e insustentáveis pela Teologia Clássica; primeiro porque
não foram anunciadas pelos os pais da igreja; segundo porque, não apresentam
historicidade eclesiástica e, por fim, porque são doutrinas que não têm fundamentação
bíblica.
Diante
de tudo isso, perguntamos: O que seria da igreja sem a presença de homens comprometidos
com o estudo teológico e a preservação da verdade? Qual seria o futuro de uma
igreja cheia de assassinos da letra?
A
Bíblia é a verdade absoluta, mas é a Teologia que nos auxilia na retenção do
conhecimento dessa verdade. A Teologia é a expressão da verdade única e
absoluta, revelada na Bíblia Sagrada e o estudante de Teologia, além de conhecer com
maior intimidade a revelação divina, tem a oportunidade de tornar-se um guardião
da verdade, um apologista da fé. Se o estudo teológico é um instrumento
indispensável para a preservação da doutrina dos apóstolos e saúde espiritual
da igreja e se o texto bíblico de 2 Co 3;6 não fundamenta, em qualquer
instância, a rejeição aos estudos teológicos, o que significa “ a letra
mata”? Se não é a Teologia, o que é que mata?
A
Letra Mata
O que
mata não é o estudo e o conhecimento do significado espiritual das Escrituras,
mas exatamente o contrário. A falta de entendimento espiritual das Escrituras
Sagradas é que faz com que o homem não creia em Jesus para ter a vida
eterna (João 5:39-40). Jesus disse que a vivificação espiritual é feita
através de suas palavras, que “São Espírito e Vida” (Jo 6:63).
De acordo com 2 Co 3:6, o que mata então? A observância da Lei de Moisés, em
seus ritos e cerimônias, como um fim em si mesma. A letra é uma referência à
Lei que foi entregue ao povo hebreu por Moisés, e que não tinha poder de conceder vida;
escrita com tinta em tábuas de pedra (Gl 3:12), especificando juízos sobre os não
cumpridores da Lei: "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei,
não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém" (Dt 27:26). O pecador
conhece a Lei, a letra, mas não tem poder para guardá-la; sua carne é fraca
e logo transgredi essa Lei. O resultado dessa transgressão é morte e
condenação. A lei mostra a condição depravada do pecador, mas não lhe dá poder para
ser transformado em um homem de natureza santa. A Bíblia quando
declara que "a letra mata", está dizendo que a lei tem a missão de condenar
apenas, não pode dar vida. A escrita da lei revela o quanto somos maus e pecadores.
A lei apenas mostra ao homem a sua incapacidade de agradar a Deus, dessa forma
a „letra‟, o mesmo que „Lei‟, mata. Mesmo que se busque cumprir rigorosamente a
lei, ela não tem o poder de dar vida. Quem tropeçar em um só mandamento,
torna-se culpado de todos! (Tg 2:10). No contexto de 2 Co 3:6 e noutras
passagens do Novo Testamento, Paulo, o apóstolo, mostra a superioridade da
Nova Aliança diante da antiga, vivida pelos os judeus.
Mas
agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos
retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
(Rm 7:6)
Porque
a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do
pecado e da morte. (Rm 8:2)
Esta
é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas
leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: (Hb
10:16)
O
reino da Antiga Aliança foi limitado em termos de pessoas e de território, à nação de
Israel. Quando Deus revelou a Lei no monte Sinai, ele disse: “Assim falarás à
casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel.... Vós me sereis reino de sacerdotes e
nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Ex
19:3,6). Mas o reino da Nova Aliança não é limitado por um território
geográfico e também não se limita a uma raça ou etnia. Trata-se de um
reino espiritual e universal (1 Pe 2:5). Jesus tem “toda a autoridade. . . no
céu e na terra” e mandou os apóstolos fazerem discípulos de todas as
nações (Mt 28:18-20). Paulo demonstra que os cristãos eram a carta de
Cristo (2 Co 3:3), ministrada pelos apóstolos e escrita com o Espírito do
Deus vivo. Ele destaca que os cristãos, na condição de cartas, não foram
redigidos com tinta, antes, com o Espírito Santo. Não em tábuas
de pedras, mas em seus corações (2 Co 3:3).
Conclusão
O que
mata não é o estudo e o conhecimento da Palavra de Deus gravada no coração
daqueles que creem. O que mata é a ignorância espiritual e
intelectual (Jumentice) de permanecer na caducidade da Antiga
Aliança, negando a Lei do Espírito que entra no coração do pecador
e o vivifica, regenera e dá a vida. A Lei do Espírito que
confere o elemento que a letra da lei não podia prover - o desejo e o poder de
cumprir o mandamento de Deus.
Autor do original: BenneDen
Compilado e revisado por
Oseias de Lima Vieira
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