A LENDA DO TANQUE DE
BETESDA
Descia um anjo realmente no tanque de
Betesda?
A cidade de Jerusalém sempre foi
muito importante por ser considerada à cidade sagrada. Por judeus, cristãos e
muçulmanos.
Nessa cidade havia uma fonte de água
que ficava próximo da “porta das ovelhas”, ou seja, próximo a um mercado de
animais. Talvez por essa cidade, ser reconhecida como sagrada, e, portanto,
mística.
Nasceu a história de que essa fonte
possuía águas miraculosas. Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano,
agitava as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.
Muitas pessoas se aglomeravam
aguardando um milagre. Na verdade, uma multidão de pessoas inválidas: cegos
mancos e paralíticos.
O Que é um Alpendre?
Alpendre de Betesda
Significado da Palavra
“Cobertura saliente por cima da porta
principal de um edifício, para abrigo do sol e da chuva, ou apenas construído
para servir de ornato. ”
Foi construído nessa fonte um
pavilhão para abrigar tanta gente, este possuía um alpendre com cinco
pavimentos. O lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa “casa de misericórdia”.
“Conta-se que muitas famílias, para
se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda.
Os ricos compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas.
Alguns alugavam as bordas mais
próximas, que possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e,
lógico, os mais abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça”.
É óbvio que se os mais abastados
ficavam nos lugares de melhor acesso para entrar na água, os pobres e
miseráveis ficavam sempre no fundo do pavilhão, sempre por último.
Eu sei que é difícil, mas imaginemos
a situação: Um lugar que se acreditava que um anjo descia uma vez por ano, mas
ninguém sabia a data exata.
De repente alguém grita: “o anjo
agitou as águas”, e a confusão estava feita, doentes se jogando por todos os
lados na tentativa de ser o primeiro a entrar, e novamente aconteceu que,
ninguém sabe ao certo quem foi o primeiro e, portanto, não houve cura. Mais um
ano de frustração.
As pessoas afirmavam que o anjo
descia até o tanque anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os
doentes mais hábeis saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A
confusão era constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores
gritando “aleluia” e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez
por outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo
visitaria o local.
O Mistério da Cidade de Betesda
A passagem de Jesus pelo tanque de
Betesda aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um
propósito: mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua
estabilidade. Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar
falsas expectativas em pessoas fragilizadas.
A Jerusalém do século I a.C. reunia
vários elementos das culturas anteriores, como babilônicos, persas e helênicos,
que as tinha conquistado. O helenismo profundamente difundido pela alta
sociedade encontrava forças nas suas bases culturais principalmente quando
estava relacionado à cura de doenças, estas eram entendidas pelos povos
semíticos como provenientes de demônios crença essa difundida desde períodos
remotos.
Mas, essa piscina, descoberta quando
da ampliação de uma casa no contexto de Jerusalém no final do século XIX, foi
escavada em meados do século XX.
Para surpresa dos arqueólogos, alguns
dados vieram à tona: o primeiro deles é que essa piscina faz parte de um
complexo ligado ao santuário de Serápis (Asclépio) que era o deus associado à
cura.
Ela tem muito pouco (pelo menos o que
foi escavado) haver com o ambiente estritamente judaico. Talvez, por isso,
Jesus não mandou o homem mergulhar na piscina; ele o curou ali mesmo na borda.
Este era um santuário do deus da
cura, Asclépio, e parece ter muito mais relação com as guarnições multiétnicas
romanas estacionadas em Jerusalém, o que não quer dizer que ele também não
possa ter atendido a judeus helenizados
Foram encontradas no local colunatas
do estilo romano e uma pintura de um anjo agitando as águas que segundo os
especialistas responsáveis pelo achado comprovam que essa pintura é do período
dos imperadores romanos cristãos, fato esse comprovado pelos profissionais
químicos atuais, responsáveis por estudos mais profundos utilizando a técnica
do carbono 14.
Os romanos reutilizaram a estrutura e
a aumentaram consideravelmente. Acrescentaram cisternas, bancos nas salas
cobertas e, possivelmente, um altar para sacrifícios. O lugar era claramente um
santuário onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis, como
mostra as peças arqueológicas descobertas.
Afrescos murais representando a cura;
ex-voto comemorando as duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar);
moedas reproduzindo a efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio;
uma representação mostrando Serápis como serpente com a cabeça de homem
barbado.
Onde localizava-se esse monumento?
O Tanque de Betesda ficava localizado
próximo a uma fonte que segundo registros, já tinha a função de abastecimento
desde o período de Salomão como os mapas utilizados pela autora Karen
Armstrong. A primeira menção de ocupação da atual área de Jerusalém, remonta do
século X a.C. pelo povo Jebuseu nesse período não tinha referências de águas
subterrâneas a parte ocupada pelos Jebuseu se resumia a um elevado bem
protegido e com a fonte de Gion.
Tanque em Israel Hoje
Contudo, constatamos que, o tanque nada
mais era que uma espécie de “Aparecida do Norte” de sua época. Judeus que
acreditavam em algo obviamente inexistente. O Tanque de Betesda é símbolo do
formalismo e misticismo religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao
redor de um símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire
desta situação!