sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O IMPÉRIO DE SATANÁS E OS “CRISTÃOS” A SEU SERVIÇO



  
DEMOCRACIA E ESTADO LAICO: O IMPÉRIO DE SATANÁS E OS “CRISTÃOS” A SEU SERVIÇO

“Até quando coaxareis entre dois pensamentos: Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o” (1 Rs 18:21).
 Por Gabriel Reis

Democracia e Estado Laico: O Império de Satanás e os “cristãos” a seu serviçoDemocracia e Estado Laico: O Império de Satanás e os “cristãos” a seu serviço

Antes de mais nada, é necessário explicar o título deste artigo¹. Por democracia, entendemos como o governo do povo, pelo povo e para o povo². Estado laico é quando o poder do Estado é oficialmente imparcial em relação às questões religiosas, não apoiando nem se opondo a nenhuma religião³. Dado essas definições, por quê diríamos que elas são (ou refletem) o Império das trevas?

A razão disso é que para Deus não há o que é comumente chamando de neutralidade, ou seja, o que permanece na imparcialidade. Jesus Cristo disse que “quem não é comigo é contra mim” (Lc. 11:23). Não existe meio termo entre Deus e o diabo. O meio termo já pertence ao inimigo de nossas almas. Deus não faz concessões com as trevas: é tudo ou nada.

E quanto aos “cristãos” a seu serviço? Porque estão se sujeitando ao diabo e fazendo os inimigos de Cristo prevalecerem. Seus valores são estabelecidos por um mundo rebelde inclinado à destruição, são moldados por humanistas seculares que lutam para aumentar a tolerância pela imoralidade pública. Eles são como aqueles em Israel que numa situação da lei de Deus é aceitável, mas em outra situação a “lei de Baal”, ou em termos contemporâneos, leis promulgadas por um Estado humanista. Mas o Senhor ainda fala a pessoas como essas: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos: Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o” (1 Rs 18:21).

O argumento contra a democracia

O principal argumento contra a democracia encontramos no filósofo grego Platão. O argumento é muito simples. Se estivéssemos doentes, e precisássemos de nos aconselhar com alguém em matéria de saúde, procuraríamos um especialista – o médico. Por outras palavras, quereríamos consultar alguém que tenha tido formação específica para desempenhar a tarefa. A última coisa que desejaríamos seria reunir uma multidão e pedir aos presentes que elegessem, através de voto, o remédio certo.

Tomar decisões legislativas requer reflexão e competência. Segundo Platão, é a função que se deveria deixar aos especialistas. Permitir que o povo decida é como navegar em alto mar consultando os passageiros, ignorando ou desprezando aqueles que são verdadeiramente competentes na arte da navegação. Tal como um navio assim comandado se transviará e irá a pique, também o navio do Estado naufragará.

O argumento de Platão nos é adequado para pensarmos nesse especialista. Segundo Platão, o especialista para legislar seriam os próprios filósofos. Mas é evidente que no decorrer da história a credibilidade desses “especialistas” é colocada em cheque. Filósofos são contraditórios e possuem uma mente corrompida pelo pecado, de modo que a luz da razão natural não consegue chegar a consensos sobre moralidade. O mesmo poderia ser dito de todos os homens da face da terra. Experimente colocar 10 pessoas em uma sala e perguntar a eles sobre assuntos controversos que dizem respeito a moralidade, como aborto, pena de morte e eutanásia, e a minha afirmação estará provada.

Teonomia vs autonomia

Ao aplicarmos as palavras de Jesus à questão dos padrões morais e éticos: “ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6:24), somos convocados a nos posicionar com Deus ou encontrar o padrão ético em alguma outra fonte, seja na sociedade, razão humana ou nos filósofos, que equivale a uma rejeição da autoritária lei de Deus. A batalha cósmica no reino da ética é entre Deus e o homem, teonomia e a autonomia, sabedoria e a loucura.

Os cristãos têm um mandado para promover uma sociedade caracterizada pela justiça. Jesus disse que “bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt. 5:6). A justiça reflete a vontade de Deus, e não significa pagamento de benefícios da assistência social ou a redistribuição das riquezas; antes, significa obedecer à lei de Deus punindo os ímpios. Depois de entregar os padrões da lei de Deus a Israel, Moisés exclamou: “Que grande nação tem decretos e preceitos tão justos como esta lei que estou apresentando a vocês hoje? ” (Dt. 4:8). Além disso, “os homens maus não entendem o que é justo” (Pv. 28:5). O padrão de justiça é revelado pela Lei de Deus que procede do caráter justo, imutável e soberano dEle.

A rejeição da autoritária e perfeita lei de Deus é evidente no pensamento dos cristãos contemporâneos. Colocam a sua razão como o juiz da própria Lei de Deus, determinando que ainda devem vigorar (se é que alguma deve), quais leis estão de acordo com as noções modernas de justiça, e aceitando que no final é a própria sabedoria e senso moral do homem moderno que se torna o padrão de certo e errado. Deus não permite o homem ser uma lei para si mesmo em nenhuma esfera da vida, incluindo a civil. A pretensa autonomia apenas revela a raiz do pecado: “ser igual a Deus e conhecer o bem e o mal independente dEle” (Gen. 3:5). Fazer suas próprias leis, é o homem seguindo a mentira de Satanás e vivendo a sua rebelião contra Deus e sua lei. É a tentativa de o homem ser o seu próprio deus. Cristãos que defendem o Estado laico: vocês estão a serviço do diabo! Quando Deus deixa de ser o centro, outra coisa toma o seu lugar. Seja o Estado, Alá, liberdades individuais, etc. E dessa forma, a Igreja tem recuado para o inferno avançar. Enquanto isso o diabo agradece pelo serviço.

Lidando com algumas objeções

Não estamos afirmando a união de Igreja e Estado, estamos afirmando a submissão que o homem deve ter a Deus e a autoridade de sua lei. Essa perversão secular da doutrina bíblica da separação institucional da Igreja e do Estado é na verdade uma tentativa de o homem autônomo deificar o Estado, e fazer da palavra do Estado a lei da nação em lugar da palavra de Deus.

Alguns críticos podem objetarem dizendo que além de não poder haver união de Igreja e Estado (e isso não negamos), não deve haver influência de alguma religião, pois eu estaria impondo alguma coisa a uma pessoa. Algumas observações devem ser feitas: Primeiro, toda lei é necessariamente religiosa, pois toda lei é uma expressão de moralidade. E a moralidade está baseada em valores. Pela própria natureza, valores são conceitos religiosos. Logo, a própria afirmação que o Estado deve ser religiosamente neutro, procede desses pressupostos religiosos. Se a religião cristã é verdade, então temos uma autoritária Palavra de justiça imutável como o padrão de moralidade social. Segundo, como demonstrada por uma boa apologética, não há nenhum padrão moral absoluto fora de Deus, dessa maneira, eu não tenho base para afirmar dever moral algum, incluindo o dever de não impor nada a alguma pessoa, e o anarquismo reinaria. Terceiro, é impossível o Estado não impor algo, ele impõe punições aos assassinos, e isso é algo bom a ser feito. A questão é quais são as leis e punições que deveriam ser impostas para a nossa sociedade, independente do que os seus transgressores façam ou acham, a rejeição desse princípio nos levaria novamente a um anarquismo.


A autoridade de Deus

Incrédulos astutos querem ditar que a religião deve permanecer no campo da religião, e não influenciar em cada esfera da vida. Mas isso não pode ser verdade na religião cristã, pois ela não é uma religião de palavras, mas de vida. Este é o mundo de Deus e todos devem reconhecer isso: “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. ” (Salmos 24:1) E infelizmente, alguns cristãos tem cedido aos ataques desses humanistas pensando que sua religião diz respeito a somente a esfera privada.

Greg Bahnsen comentando o Salmo 2 escreveu: “No aspecto ético, o salmo 2 retrata Deus reagindo à oposição política a Cristo ao desafiar os “reis […] e autoridades da terra” a se tornarem sábios e a aceitarem a advertência (v. 10). É tolice moral absoluta desobedecer ao Rei a quem o Senhor entronizou. É digno de nota que esse versículo é dirigido não simplesmente aos magistrados do Estado teocrático de Israel, mas a todos os reis e juízes “da terra”, especialmente àqueles que ousam desafiar a Jesus Cristo no exercício do governo civil. Não podemos escapar da verdade bíblica de que todo e cada governante terreno está sob as obrigações morais estabelecidas divinamente e declaradas neste salmo: “Adorem o Senhor com temor […] Beijem o filho” (v. 11,12). Servir ao Senhor com temor sem questionar significa obedecer aos mandamentos (v. Dt 10.12,13; Js 22.5; Sl 119.124-126). Demonstrar reverência ao “filho” na forma de um beijo era um ritual antigo, por meio do qual a autoridade de um líder era reconhecida (e.g., 1 Sm 10.1). ”4

O triste é que muitos cristãos creem que a constante secularização das áreas da vida é inevitável e que os cristãos não deveriam se envolver na “cristianização” dessas áreas. Portanto, temos testemunhado o constante declínio da política. Os cristãos têm recuado para o inferno avançar, ao invés de acreditar que Cristo Reina até que haja posto todos os seus inimigos debaixo de seus pés (1Co 15:25), crendo que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt. 16:18) e que o reino de Cristo dominará os reinos deste mundo (Ap 11:15). “E o governo está sob os seus ombros. E ele será chamado […] Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso” (Is 9:6,7). 5

[1] Os escritos desse artigo foi motivado de uma indignação com as colocações de um “pastor” eleito como candidato a vereador pelo PSOL chamado Henrique Vieira. Não irei deixar a referência do vídeo, mas quem tem ciência perceberá que no decorrer do artigo busco responder os seus posicionamentos de uma perspectiva bíblica.

[2] Reconheço que há vários sentidos de “democracia”. A minha oposição não é especificamente aos processos democráticos como são comumente compreendidos e usados, a minha oposição é contra a centralidade do povo.

[3] Argumento posteriormente que toda ética é necessariamente religiosa, incluindo a concepção laicista do Estado.

[4] Citação retirada do livro: Five views on Law and Gospel.

[5] Aqui nos distanciamos do aspecto ético e nos aproximamos do escatológico. E isso é digno de nota pois creio que a maioria dos meus leitores possam ter estranhado esse último parágrafo. Mas de acordo com a hermenêutica pós-milenista, o mundo não tende a piorar. Além disso, a aplicação da ética cristã em cada área da vida, incluindo a política, como foi abordada no artigo, não exige a aceitação do pós-milenismo
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* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/democracia-e-estado-laico-o-imperio-de-satanas-e-os-cristaos-seu-servico/

POSSUIR BÍBLIA JÁ É MOTIVO PARA CRISTÃOS ...


POSSUIR BÍBLIA JÁ É MOTIVO PARA CRISTÃOS SEREM PRESOS NO NEPAL

‘Quem evangelizar será preso’, alerta governo nepalês

Por Jarbas Aragão 
Possuir Bíblia já é motivo para cristãos serem presos no Nepal

Possuir Bíblia já é motivo para cristãos serem presos no Nepal

No Nepal, cristãos representam menos de dois por cento dos 28 milhões de pessoas. A grande maioria da população é hindu. As mudanças na legislação resultaram em grande restrição da liberdade religiosa.

Oito cristãos atualmente aguardam julgamento, acusados de evangelização ilegal. Eles foram presos após terem distribuído uma história em quadrinhos que contava a vida de Jesus para crianças. O material era oferecido gratuitamente para as pessoas atendidas em sessões de aconselhamento, direcionadas aos sobreviventes do terremoto de 2015.

Tanka Subedi, pastor da Igreja Família de Deus, com sede na capital Kathmandu explica que nos últimos dois anos, a perseguição aos cristãos no país aumentou drasticamente. Ele afirma que existem pelo menos 15 casos denunciados que podem resultar em mais prisões.

“Os cristãos foram presos e espancados sem motivo”, protesta. “Os líderes políticos estão acusando falsamente os cristãos de oferecer dinheiro para as pessoas se converterem”.

Os pastores agora estão com medo de distribuir Bíblias e literatura cristã como costumavam fazer pois temem que seja um policial disfarçado, que poderá acusá-los de tentar converter os outros à força.

“As crianças estão traumatizadas”, acrescenta. Desde meados do ano, orfanatos e ONGs cristãs que trabalham com igrejas estão sendo regularmente perseguidas. Isso inclui o trabalho com meninos e meninas. Diversas igrejas descobriram que foram jogadas na ilegalidade.
O pastor Tanka esclarece a situação, lembrando que o governo baixou uma nova lei que “revoga a liberdade das minorias religiosas. Os parentes dos cristãos que estão presos passam por grandes apuros, pois não têm dinheiro para os custos legais. Quando é o chefe da família que está na cadeia, não podem mais prover para sua família”.

Ele clama que os “cristãos do Ocidente orem com urgência pelo Nepal e tomem alguma ação prática, pedindo que seus governos protestem contra a supressão de liberdade dos cristãos nepaleses”.

Desde que a nova Constituição do Nepal foi assinada, que fazia a transição de uma monarquia hindu para uma república democrática secular, existe a previsão de cadeia para quem tentar fazer outra pessoa mudar de religião. A nova onda de perseguição ocorre em meio a um avivamento no país.

Os casos mais urgentes são de Bimal Shahi, Prakash Pradhan e Shakti Pakhrin, que foram detidos pela polícia acusados de tentativa de conversão ilegal por terem distribuído literatura evangelística para as crianças.

Eles fazem parte do ministério Teach Nepal e quando os policiais os prenderam foi feita uma revista em seu carro. A Bíblia encontrada no automóvel foi usada como ‘prova’ de que eles praticavam o cristianismo. Em sua defesa, eles alegam que não forçaram ninguém a repetir orações, apenas ofereceram o material para quem se interessava.

Os diretores das duas escolas que receberam os missionários foram presos, bem como um pastor local que ajudou a Teach Nepal e fazer seu trabalho.

Acusações falsas
A Christian Solidarity Worldwide, ministério que trabalha com a igreja perseguida, afirmou que a eventual condenação desses cristãos poderá criar um precedente perigoso. A acusação é a primeira na história do país desde que a Constituição foi promulgada, no ano passado.

Uma das acusadas de forçar a conversão de crianças em outro caso, explica a situação difícil que está vivendo. Ela ajudou diversas famílias a alimentar os filhos depois do terremoto e decidiu fundar um orfanato em sua casa.

Após uma denúncia, a polícia esteve no local e achou uma Bíblia no seu quarto. “Como resultado, foi falsamente acusada de forçar as crianças à conversão religiosa. É óbvio que um cristão tem Bíblia em casa, mas isso não significa que a pessoa está fazendo proselitismo. Mas não adiantou eu explicar, pois fecharam o meu orfanato. ”

Quando ela decidiu levar as 14 crianças que cuidava para um orfanato cristão na capital Kathmandu, foi detida e acusada de tráfico humano. Se condenada, a pena no seu caso será muito severa. 

Com informações de Christian Today


Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/possuir-biblia-cristaos-presos-nepal/

O DESAFIO DE SER UM CRISTÃO EQUILIBRADO



NEM FUNDAMENTALISTA E NEM APÓSTATA: O DESAFIO DE SER UM CRISTÃO EQUILIBRADO

Um erro muito comum nos meios cristãos é a confusão que se faz entre princípios e costumes, entre justiça divina e mandamentos.

Por Felipe Machado


Nem fundamentalista e nem apóstata: o desafio de ser um cristão equilibradoNem fundamentalista e nem apóstata: o desafio de ser um cristão equilibrado

Uma das tarefas mais difíceis do cristão é a de transformar em prática os preceitos e mandamentos das Escrituras. Não falo aqui da dificuldade de realizar o que é certo fazer, como dizia Paulo “o bem que quero fazer não faço”, mas falo justamente da dificuldade de saber o que é certo fazer.

Por exemplo, quando Jesus diz “Amai ao próximo como a ti mesmo” é fácil entender que devemos amar a nosso próximo, mas como? Com quais atitudes? Quando lemos “não andeis ansiosos com coisa alguma” como realmente devemos nos comportar afim de seguirmos essa orientação plenamente?

Um erro muito comum nos meios cristãos é a confusão que se faz entre princípios e costumes, entre justiça divina e mandamentos. Quando há confusão entre estes dois conceitos as pessoas acabam caindo ou na apostasia ou no dogmatismo, e como apostasia gera dogmatismo e dogmatismo gera apostasia então entra-se num ciclo difícil de quebrar.

Tão difícil de quebrar que boa parte das pregações de Jesus foi para combater estes dois erros. O que Jesus nos ensina é que os princípios e a justiça divina são imutáveis, mas que os costumes e doutrinas que vivemos precisam ser contextualizados afim de cumprir a justiça divina plenamente.

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. […]. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. […]. Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. ”

Mateus 5:17,20,27-28

O fato é que a justiça divina precede a doutrina, antes mesmo de existirem os 10 mandamentos já havia a justiça divina. Acontece que para que os homens não violassem os princípios divinos Deus deu mandamentos/doutrinas/costumes afim de facilitar para que andassem no caminho correto.

Mas os costumes nunca foram fixos e/ou imutáveis: existiram mandamentos específicos para o povo de Israel no deserto; existiram mandamentos quando eles se instalaram na terra de Canaã; existiram mandamentos para tempos de guerra; no novo testamento Jesus contextualiza os mandamentos para que eles correspondessem à justiça divina e os apóstolos às vezes davam doutrinas diferentes para igrejas diferentes de acordo com o que estavam vivendo e com o ambiente no qual estavam inseridos. Por exemplo, apenas à igreja em Corinto que Paulo orienta que as mulheres ficassem caladas na igreja:

As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. 1 Coríntios 14:34

Acontece que a lei (Torá) veio antes de existirem igrejas (ou sinagogas) então não há mandamento específico que proíba uma mulher de falar na igreja, mas havia na lei sim o princípio de submissão e, naquele contexto, o estar calada nas igrejas era uma forma de viver o princípio da submissão naquele contexto. O próprio Paulo explica, no versículo seguinte, que o motivo daquela orientação era evitar o escândalo porque naquele ambiente era vergonhoso que as mulheres falassem na igreja.

“E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. ” 1 Coríntios 14:35

Tomando como exemplo o trecho acima, podemos ter num contexto cristão o fundamentalismo que vai querer que as mulheres fiquem caladas nas igrejas independente do contexto só porque está escrito na bíblia, ou a apostasia feminista que vai querer desconstruir o princípio de submissão e casamento só porque a orientação de Paulo àquela igreja no contexto atual pode ser considerada ‘machista’.

Um cenário aonde quase sempre há confusão é a respeito de sensualidade. Qualquer cristão concorda que a sensualidade fora do casamento é pecado em qualquer circunstância. O problema é que é uma tarefa impossível definir um limite de quando algo se torna sensual, até porque quando se afasta dos extremos a sensualidade é relativa a quem observa. Podemos concordar unanimemente que a exposição de órgãos sexuais exprime sensualidade, mas se há sensualidade na exposição dos pés, por exemplo, vai depender da loucura de quem observa.

Então começam a surgir doutrinas a respeito do tamanho de calças e vestidos visando colocar uma ‘margem de segurança’ antes do pecado. Mas quem apenas segue a doutrina cegamente sem entender o princípio por detrás corre o risco de cair no velho erro do vestido que cobre até o pé, porém é mais apertado do que um Palio com oito passageiros, ou seja, segue a doutrina mas viola o princípio. Por outro lado, a apostasia desconstrucionista vai dizer que uma vez que não há uma clara definição a respeito do que é sensualidade qualquer regra é hipócrita e doutrina de homens, e no fim podem acabar vivendo como animais sem lei.

É importante e sábio que numa congregação haja doutrinas que se adequem ao consenso geral e ao ambiente que está inserida, porque em muitos casos o senso comum é o que define o pecado. Talvez numa tribo mais isolada seja corriqueiro mulheres andarem com os seios expostos, coisa que numa igreja batista qualquer faria os adolescentes falarem grego. Então existe sim um senso comum, mesmo que seja difícil de defini-lo.

Mas o que Jesus ensina é que individualmente e a despeito de qualquer doutrina, nós tenhamos a sabedoria e discernimento de adequarmos nossos costumes de acordo com o que poderia nos fazer pecar. Se mesmo vestindo as “roupas certas” alguma pessoa é sensual para você, não olhe. Se passar na frente de um bar te faria cair no alcoolismo, dê a volta no quarteirão. Se não consegue se controlar na internet e acaba vendo o que não deve, não use internet. Se está em alguma rede social que te expõe frequentemente a algo que não é santo, saia.

“Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. ”

Mateus 5:29,30


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Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/nem-fundamentalista-e-nem-apostata/