sexta-feira, 15 de julho de 2016

MAS UMA COISA FAÇO

Filipenses3.13

Mas uma coisa faço (Filipenses 3.13)


“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim”, Filipenses 3:13.
INTRODUÇÃO
Paulo está nos dando sua filosofia de vida. Ele está permitindo que descubramos o segredo de sua vida e nos dizendo o que o fez o tipo de crente que foi. Conta-nos como viveu sua vida em relação ao passado, presente e futuro. Quando ao passado, havia um esquecimento sábio: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam”; quanto ao futuro, uma antecipação sábia: “avançando para as que estão diante de mim”; e no presente uma concentração perseverante. E estas coisas são as que fazem o sucesso em qualquer campo do esforço humano.
Há duas verdades distintas, mas paralelas nas quais cada crente precisa ser firmado: a soberania de Deus, incluindo Seu propósito eterno na graça; a outra, a responsabilidade do homem envolvendo o arrependimento e a fé, e boas obras. Negar qualquer uma delas vai levar inevitavelmente à paralisia espiritual e morte dos crentes.
O fatalismo nega a responsabilidade humana no que se refere ao arrependimento, fé e boas obras. Isto resulta em paralisia missionária e morte dos crentes. O Arminianismo nega a soberania divina e graça especial na salvação, as quais produzirão o mesmo resultado, a menos que interesse seja mantido pelo medo ou amor pela recompensa do homem.
Se quiser interesse nas coisas espirituais, às quais sobreviverão ao teste do tempo e não dependerão de recompensas humanas, nem medo servil, então encontre uma pessoa que tenha convicção das verdades da soberania divina e responsabilidade humana. O homem é uma criatura responsável, ele é responsável para amar e confiar em Cristo e obedecê-lO, responsável para fazer tudo o que ordena a qualquer um fazer; mas também é uma criatura depravada, um inimigo de Deus, ignorante das coisas divinas, por isto o Evangelho lhe é encoberto, mesmo quando pregado por um Paulo. Ele deve fazer tudo o que é certo, mas não pode fazer nada assim, a não ser que pela graça de Deus.
Paulo certamente tinha estas convicções e elas explicam sua humildade diante de Deus e seu trabalho incansável pela salvação dos homens.
É preciso lembrar que os homens se tornam bons crentes do mesmo jeito que se tornam bons médicos, bons mecânicos ou eruditos de fama; pela concentração perseverante para com a tarefa de sua profissão. Mas o mistério é que mesmo sabendo que não podem ser bons carpinteiros, ou médicos, ou enfermeiras, ou músicos sem certos hábitos e práticas, parece que as pessoas pensam que podem se tornar bons crentes sem qualquer esforço e sem qualquer senso de responsabilidade. Ninguém poder ser um bom crente por tendência ou por seguir uma correnteza de menor resistência. E, por outro lado, ninguém pode ser um bom crente por seu próprio esforço. Nosso texto sugere como alguém pode ser um bom crente.
1. FAÇA DO OBJETIVO DE DEUS SEU OBJETIVO
Deus tem um objetivo ou propósito em sua conversão. Descubra este objetivo e faça com que seja o seu também. Este objetivo para Paulo foi a perfeição; um caráter como o de Cristo e que agrada Deus. Ele começou uma boa obra em você com o propósito de torná-lo afinal igual a Seu Filho. Seu alvo é este; está tentando ser como Cristo? Para Paulo esta não foi uma aquisição para se vangloriar, mas uma meta a ser alcançada. Ele diz que mesmo sem ter atingido a perfeição, estava prosseguindo, “para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus”.
A providência de Deus em nossa vida deve contribuir para a perfeição. Para isto toda a disciplina da vida é posta em funcionamento. Para isto experimentam-se alegrias e tristezas. Para isto acendem-se esperanças, medos e amores. Para isto fomos redimidos. Para isto Cristo viveu, sofreu e morreu. Deus quer nos fazer iguais a Ele, isto é; fazer-nos de conformidade com Sua vontade manifestar em Seu Filho, e por isso todos os Seus modos de tratar conosco são para finalmente nos fazer iguais a Cristo.
Ver e aceitar isto dará nobreza e bênçãos às nossas vidas. Como toda nossa estimativa dos acontecimentos seria diferente, se mantivéssemos diante de nós que o propósito de Deus não é simplesmente o de nos fazer felizes e alegres, ou tristes e desanimados, mas sim nos fazer iguais a Cristo! Se pudéssemos olhar além de nossas tristezas ao fim pela qual foram mandados, não diríamos com tanta freqüência: “Por que isto está acontecendo comigo?” Todas as experiências do crente são para contribuir para a perfeição futura e glória eterna. Leia Romanos 8:28, à luz desta afirmação: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados por seu decreto”.
Algumas plantas precisam congelar, a fim de produzirem sabor; do mesmo modo os crentes precisam de tristezas e problemas para produzir neles graças e virtudes cristãs. Romanos 5:3 nos diz: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência”.
Fazer do objetivo de Deus o nosso nos salvará da prostituição dos poderes. A prostituição dos poderes humanos para objetivos indignos e ignóbeis é a coisa mais triste de toda a humanidade. Por exemplo: o governo de Hitler, na Alemanha. Paulo ia prosseguindo em sua luta pela perfeição. Pelo que você está lutando?
Muitos de nós podemos dizer que estamos prosseguindo. Mas para a que? Alguns aparecem num registro de crime; outros por riqueza, fama, posição, saúde ou educação.
Mudando a figura levemente, há um alvo e cada flecha que não acerta a mosca é gasta em vão.
2. CONCENTRAÇÃO DE TODOS OS ESFORÇOS NESTE ÚNICO OBJETIVO
“Mas uma coisa faço”. Paulo concentrou-se numa única coisa, a perfeição.
Todas as ocupações legítimas na vida são consistentes com este único objetivo. Se você estiver comprometido com qualquer tipo de negócio inconsistente com a luta pela santidade, é melhor desistir dele.
Não é fácil prosseguir na vida cristã. Deve haver concentração de todos os nossos poderes. Deve haver mira e alvo em nossa vida. Se você quiser cavar um buraco, vai usar um instrumento bem amolado, não um cego. A concentração de esforços, tendo como objetivo a santidade cristã dará mira e alvo à nossa vida. A palavra dominante é: “Mas uma coisa faço”.
A diferença entre o amador e o profissional é que o amador se dedica a alguma coisa em intervalos, ele tira folga para outras ocupações, a fim de fazê-las. O profissional faz de sua profissão sua própria vida.
3. DEDIQUE-SE A ESTE FIM COM UM SÁBIO ESQUECIMENTO
“Esquecendo-me das coisas que atrás ficam. Paulo está pensando em um corredor, que não tem tempo de olhar por cima do ombro para marcar os passos que já deu. Paulo não está dizendo que devemos esquecer as misericórdias passadas do Deus, e assim deixar de render-Lhe graças. Ele quer que esqueçamos nossas falhas, ou elas nos farão sentir que o sucesso futuro é impossível. Não devemos dizer: “Já tentei tanto e todas as vezes falho. Não adianta tentar mais. Estou derrotado! Desisto! Um esquecimento sábio é não lembrar as tristezas, as falhas, as alegrias e realização passadas, para que não funcionem como peso na corrida cristã e avanço em direção à perfeição.
4. DEDIQUE-SE A ESTE OBJETIVO COM UM AVANÇO SÁBIO E ANSIOSO
A palavra aqui para alcançar é muito impressiva. Ela significa “caminhar para a frente”, e nos dá o retrato de um corredor com o corpo inteiro jogado para a frente, sua mão estendida, e seus olhos indo mais longe que a mão, na ansiedade de alcançar a chegada e o prêmio.
Suponha que façamos o esforço de agradar a Deus como fazemos para agradar nosso amigo. Suponha que demos o tempo e o esforço a uma vida santa, como damos para ganhar dinheiro, buscar prazeres ou alcançar a fama. Que diferença haveria em nossa vida!
5. DEDIQUE-SE A ESTE OBJETIVO LEGITIMAMENTE
Paulo diz: “E, se alguém também milita, não é coroado se não milita legitimamente”. Há um livro regra para a corrida cristã; um manual do exército para a soldado cristão; um manual para o trabalhador cristão. O livro regra é a Bíblia. Ele nos diz o que fazer, como fazer e por que fazer, 2 Timóteo 2:5.
Devemos olhar o livro regra para ver o que temos de fazer: Tudo o que for mandado. Vamos mencionar algumas coisas; batismo, sustentar a igreja com nossa presença, orações e meios; prover coisas honestas à vista de todos os homens; abster-se das coisas do mundo; a amizade do mundo é inimizade contra Deus; fazer o bem a todos os homens, especialmente aos da família na fé; sujeitar-se aos poderes estabelecidos; pregar o Evangelho a todos os homens.
Devemos fazer estas coisas por amor e para a glória de Deus. Não fazê-las procurando o louvor dos homens, nem para agradar a si mesmo. Não devemos deixar que a mão esquerda veja o que a direita faz, isto é; não devemos nos orgulhar em nada do que fazemos. Não devemos elogiar a nós mesmos, mas sim fazer tudo para o Seu louvor e Sua glória.
CONCLUSÃO
Esta vida é só para o crente, o homem que tornou o lugar de um pecador e que tem sua esperança em Jesus Cristo. Tudo começa com o arrependimento e fé, e é executado quando nos edificamos em nossa fé santa, orando no Espírito Santo, mantendo-nos no amor de Deus e esperando misericórdia. Judas, versículos 20 e 21 diz: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos na caridade de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”.

Fonte. http://palavraprudente.com.br/vida-crista/coisa-faco-filipenses-3-13/

MANUAL PARA UM VIVER SANTO

Capítulo 26: Manual para um viver santo (exposição de Romanos 12)



Se fosse possível escolher uma porção das Escrituras como manual ou guia para a vida cristã, com certeza não haveria passagem melhor que ir até os capítulos finais de Romanos. Temos aqui a responsabilidade do crente nos vários relacionamentos da vida. Neste capítulo tentaremos fazer uma exposição de Romanos 12.
Entraremos no que se chama a parte prática da carta de Paulo aos romanos. Se a parte doutrinária desta carta é desagradável para alguns, a parte prática o será mais ainda. Aquele que despreza as misericórdias de Deus, vai se rebelar contra Seus mandamentos. A cristandade prática deve se firmar numa cristandade doutrinária. Não se pode separar doutrina da vida. É como G. Campbell Morgan diz: “Não se pode plantar tulipas do Reino de Deus, a menos que se tenham os bulbos do céu”. A conduta do homem é fruto do que ele crê. A flor de uma vida temente a Deus tem raízes profundas no solo da graça que se experimenta.
Paulo, após nos dar a maior de todas as exposições da graça e misericórdia de Deus; extravasa seus sentimentos de êxtase adoradora ao ver como Deus age: e segue com uma exortação para se tornar esta a conduta por parte daqueles que podem segui-lo nas experiências gloriosas das misericórdias de Deus.
O GRANDE APELO DE PAULO (v. 1-2).
1. Ele roga. Ele não ordena como Moisés que deu a lei. O ministro crente não pode dar ordens nem obrigar; ele só pode conseguir que as coisas sejam feitas ao rogar. Uma hierarquia cristã, quer na forma de uma Missão Batista, ou por Bispo Metodista, ou Papa Católico Romano, é contraria à própria norma da cristandade do Novo Testamento.
2. Ele roga pelas misericórdias de Deus. Este é o maior dos argumentos para uma vida consagrada. Paulo quer que as misericórdias de Deus sejam notadas e produzam fruto para a glória de Deus. O mais alto e mais puro de todos os motivos humanos é agir em apreciação pelas misericórdias de Deus.
3. Paulo roga aos irmãos. A exortação é ministrada aos santos. Ele não apela a pecadores, mas àqueles que tiveram uma experiência com a graça e a misericórdia de Deus.
4. Ele roga que apresentem seus corpos a Deus. O corpo do crente deve ser um sacrifício vivo em contraste com os animais mortos oferecidos sob a lei. Não é para se obter, mas sim para se reconhecer a bênção da salvação. É um sacrifício de louvor. O corpo é para ser um sacrifício santo. Sob a lei, os animais oferecidos em sacrifício tinham que ser cerimonialmente puros e fisicamente saudáveis. Sob a graça, o corpo humano deve ser moralmente puro. Um corpo impregnado de bebida alcoólica é um sacrifício imundo. O sacrifício deve ser agradável a Deus. Não é ao homem e nem mesmo à igreja que devemos agradar – é a Deus. A consagração é primeiramente a Deus e não a uma causa ou um serviço. Pode-se consagrar a uma boa obra sem ao menos se pensar em Deus. Tudo deve ser feito como ao Senhor. O sacrifício do crente constitui seu “culto racional”. A palavra grega para racional é “logikos” e quase sempre é traduzida como inteligente, racional, espiritual, etc. Ela é encontrada em outro lugar apenas no Novo Testamento grego (I Pedro 2:2) onde está traduzida pela frase “o leite racional”, que tem a mesma raiz que “logos”, significando “palavra”. O culto do crente a Deus tem que ser regulado pela Palavra de Deus. Isto é de suma importância, pois é fácil se ocupar com o que Deus não ordenou, de um modo também não ordenado por Deus; isto mesmo, talvez até se esteja fazendo o que Deus já proibiu.
5. Ele roga que os crentes sejam diferentes. “E não vos conformeis com este mundo”. Mundo aqui significa os habitantes do mundo moralmente considerado. O mundo é mau; ele jaz no maligno (I João 5:19). O diabo é seu deus. Ele domina o mundo. O mundo é centralizado em si mesmo e controlado por Satanás. O crente não deve concordar nem ser igual a ele. Ele não deve se conformar com o mundo em seu modo de pensar e de agir. O crente deve pensar e agir de acordo com a Palavra de Deus.
6. “Mas sede transformados”. A palavra grega é “matamorfoo”, e significa “mudar de aparência”. É a palavra usada para a transfiguração de Cristo. Em nosso texto, denota uma mudança moral, a ser realizada pela renovação da mente. Mudança de mente – novos pensamentos e novos ideais – acontece na regeneração, e esta mudança de mente deve ser renovada e aprofundada. A transformação exterior deve começar na mente e no coração. Se a conduta do homem tiver que ser certa, seu pensar tem que ser certo. Deste modo o crente vai saber qual é “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, sendo capaz de demonstrá-la no seu dia-a-dia. Os crentes são os “mostruários”de Deus. Temos que mostrar o fato e o valor de Deus na vida humana. O mundo comercial usa este método para vender. O vendedor de carro o colocará na direção do carro dele, a fim de mostrar-lhe a velocidade e o conforto ao dirigir. O vendedor de geladeira vai colocar uma geladeira em sua casa, com experiência, para que você possa ver suas qualidades de refrigeração. Nesta época de tanta competição muita coisa é vendida sob experiência. É uma questão solene e pertinente que o crente deve fazer a si mesmo: Que tipo de “mostruário” estou sendo para Jesus Cristo, a Quem professo confiar, amar e obedecer? Que impressão minha vida faz nos outros?
TAREFAS ESPECIAIS BASEADAS EM DONS ESPECÍFICOS (v. 3-8).
1. Faça uma estimativa justa do seu dom. Há medidas diferentes de fé – não pense que sabe tudo – não aja como se fosse o “Dr. Sabe-Tudo”. Pense seriamente em você e suas habilidades. Não se envenene com o orgulho. Reconheça os dons dos outros. Seja humilde.
2. Somos muitos membros em um só corpo. Cada igreja (a assembléia local) é um corpo de Cristo e se parece com um corpo humano. Cada membro tem seu próprio dom e lugar no corpo e o que ele faz afeta todo este corpo. Cada membro da igreja deve ser querido e bem-amado pelos outros membros.
3. Cada membro deve exercer seu próprio dom. Não é um talento natural, mas um dom dado de modo soberano pelo Espírito Santo. Há sete deste dons dados abaixo.
A. Profetizar. Esta é a capacidade dada pelo Espírito de articular a verdade divina. Significa especificamente a predição de eventos futuros, mas parece ter um sentido mais amplo no Novo Testamento, inclusive o dom de explicar as Escrituras. Tanto é predizer quanto proclamar. Não há mais predição, desde que o Novo Testamento foi completado. Temos na Bíblia toda a verdade que precisamos para nosso bem-estar espiritual.
B. Ministrar. A palavra grega significa serviço e é usada num sentido amplo. É usada em relação a Cristo em Romanos 15:8; a Febe em Romanos 16:1; refere-se ao ofício de diácono em Filipenses 1:1, I Timóteo 3:8. Em nosso texto não parece se referir a um ofício, mas a um serviço prático na igreja, o qual não é nomeado. Cada membro tem que prestar algum serviço.
C. Ensinar. A capacidade de ensinar a Palavra de Deus é um dom do Espírito. É um dom que o pastor deve ter (I Timóteo 3:2). Um simples exortador nunca deve ser ordenado pastor.
D. Exortar. Isto significa chamar à responsabilidade e dissuadir do pecado, e requer um talento peculiar – o dom do Espírito. Não é um ofício. Precisamos de leigos em nossas igrejas com o dom da exortação – homens que possam desafiar os irmãos à uma atividade maior; que sejam mais que “esquentadores de banco”. A exortação de um leigo temente a Deus parece ter mais efeito do que a de um pastor.
E. Dar. Dar tanto é uma responsabilidade quanto é uma graça (II Coríntios 8:9). É responsabilidade de todos e graça concedida a alguns. Onde esta graça é exercida, haverá grandes presentes para o trabalho da igreja. Vamos ser grandes doadores, mas sem fanfarra nem ostentação.
F. Governar. A palavra no grego significa “ir adiante”ou “tomar a liderança”. É usada para o pastor em I Timóteo 3:4 e 5:17. Como líder, o pastor deve ser zeloso e diligente. Pastorado não é lugar de preguiçoso.
G. Exercer Misericórdia. O dom de ajudar o necessitado e de perdoar o inimigo. Deve ser feito com alegria; ansiosa e sinceramente. João Gill (pastor inglês do século 18) acredita que os três últimos dons: dar, governar e exercer misericórdia se referem a três funções diferentes do ofício de diácono. Talvez sejam.
RESPONSABILIDADES GERAIS BASEADAS NOS RELACIONAMENTOS ESPIRITUAIS (V. 9-16).
Versículo 9. O amor deve ser sincero, sem hipocrisia. Amor fingido é ódio disfarçado. “Aborrecei o mal”. Não basta deixar de fazer o que é errado: é preciso odiar o pecado. “Apegai-vos ao bem”. Nosso dever cristão não é só o lado negativo; há também um lado positivo ao seu caráter. À medida que odeia o mal, ele deve amar e se apegar ao que é bom.
Versículo 10. Devemos amar uns aos outros, como membros da mesma família. E onde estiverem envolvidas a honra e a preferência, devemos querer que outro irmão as receba. A visão do mundo é receber honra, mas os crentes devem competir uns com os outros em dar honra.
Versículo 11. “Não sejais vagarosos no cuidado”. Isto não se refere ao trabalho secular, mas ao serviço ao Senhor. Devemos ter fervor pelo trabalho de Deus. Stifler traduz este versículo assim: “No zelo (na parte exterior) não sejam preguiçosos; no espírito (a parte humana interior) sejam fervorosos; servindo ao Senhor”.
Versículo 12. “Esperança … tribulação … oração”: a parte principal da vida de muitos. Talvez não possamos nos regozijar nas presentes condições, mas podemos nos regozijar na esperança de um dia melhor. E esta esperança dará paciência e perseverança no dia da aflição, porque a esperança vê um fim para ele. E, ao mesmo tempo em que esperamos e sofremos, podemos continuar orando.
Versículo 13. Temos que aliviar as necessidades dos crentes e praticar hospitalidade. Isto implica na posse particular de bens e está muito longe do que pregam o socialismo e o comunismo. Alguns têm mais que outros. Aqueles que têm, devem compartilhar, voluntariamente, com o que não têm. Mas nunca se deve tolerar nem encorajar a indolência. Ver II Tessalonicenses 3:10-11 para uma verdade equilibrada. Cada lar cristão deve ser uma pousada onde membros da família da fé possam encontrar acolhida. Hebreus 13:2.
Versículo 14. Abençoe os que o perseguem. O crente nunca deve reagir igual a eles. Não devemos lutar contra o diabo com fogo; ele sabe mais sobre essa arma do que nós. Temos que abençoar a quem nos amaldiçoa; e não reagir “dente por dente”.
Versículo 15. Compartilhe as experiências pelas quais os outros passam. Regozije-se com os que se regozijam e chore com os que choram. Eis aqui a sabedoria cristã. Cristo não chorou em Caná, nem riu no túmulo de Lázaro.
Versículo 16. “Sede unânimes entre vós”. Seja uma pessoa fácil de se conviver. Respeitem-se mutuamente e que esta atitude alcance os mais humildes. Não seja esnobe nem exclusivista. O mundo negligencia e rejeita quem é humilde, mas Cristo morreu por pessoas assim e devemos ter comunhão com elas no corpo de Cristo. Não se ache o maior!
GRAÇAS CRISTÃS PARA COM O MUNDO (v. 17-21).
Versículo 17. “A ninguém torneis mal por mal”. Vença o mal com o bem. Seja honesto. Os olhos do mundo estão a observá-lo, por isso, cuidado como anda! Mateus 5:16.
Versículo 18. Faça tudo para viver em paz com todo mundo. Certifique-se que não está entre os culpados, quando a paz for destruída. Se os homens o odeiam, deixe que o odeiem por seu amor à verdade e não pelo mal que faz.
Versículo 19. Não procure se vingar. A vingança pertence a Deus. Quando um crente busca vingar-se – quando tenta descontar o que o inimigo lhe fez – ele próprio se solta das mãos do Pai Celestial. É como se dissesse que pode resolver o caso com o inimigo, melhor do que Deus. Não usurpe o lugar de Deus no juízo; espere e Ele vai agir! Ele resolverá tudo no tempo certo.
Versículo 20. Seja bondoso para com seu inimigo. Ajude-o, se estiver precisando. Deste modo, você vai amontoar brasas vivas sobre a cabeça dele. Este é o único castigo que poderá lhe infligir – e cuidado para não fazê-lo literalmente. Perguntaram a certa senhora, que se queixou dos maus tratos do marido, se já tentara amontoar brasas vivas sobre a cabeça dele. Ela respondeu: Não, mas já joguei um balde de água quente em cima dele!
Versículo 21. Seja um vencedor. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Lute contra o seu inimigo com as armas da bondade. Você vence ao fazer do inimigo um amigo, deixando a vingança com Deus, a quem ela pertence. Que tanto o autor quanto o leitor possam receber graça para darem atenção a estas admoestações que repreendem a carne!