MÚSICA SECULAR NO CULTO: CONFIRA A OPINIÃO DE PASTORES SOBRE A NOVA
TENDÊNCIA ENTRE EVANGÉLICOS
Há,
ao redor do mundo, uma nova tendência surge entre igrejas evangélicas: usar
músicas seculares como parte da liturgia durante os cultos. Em geral, as
canções escolhidas possuem letras que não contradizem a fé cristã, mas a ideia
não passou livre de polêmicas.
No
Brasil, a ideia não demorou a ser abraçada. No Facebook, o bispo Hermes C.
Fernandes, que lidera a igreja Reina (Rede Internacional de Amigos) costuma
compartilhar vídeos de momentos de louvor e adoração permeados com músicas
seculares nacionais, numa iniciativa chamada de “Rastros da Graça”. Entre os
intérpretes escolhidos estão Luiz Gonzaga, Raul Seixas e Lulu Santos, além de
alguns cristãos, como Rebanhão e Oficina G3.
Em
seu blog, Fernandes defende a iniciativa como forma de enxergar
sinais do favor divino em toda a expressão humana, mesmo que essa não seja
pautada pela fé: “Os puros hão de perceber sinais de esperança dentro da
cultura. Rastros inequívocos da graça que nos fazem apostar que um novo mundo
começa a emergir diante dos nossos olhos. Enganam-se os que pensam que por
estarmos cantando canções seculares nos cultos, estamos traindo nossa fé e
introduzindo o mundo na igreja. Não! Estamos apenas trazendo nos lábios sinais
de esperança”, argumenta.
No
entanto, a ideia não tem unanimidade e recebe críticas. O pastor Renato
Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança, comenta que, mesmo reconhecendo a
graça comum sobre toda a humanidade, e ciente de que é possível ver a
manifestação de Deus em uma música não religiosa, o culto é momento de adoração
ao Pai.
“Antes
de qualquer coisa é preciso afirmar que não sou dualista sacralizando algumas
atitudes e comportamentos, bem como demonizando outros. Aliás, como reformado,
acredito que Deus estabeleceu o conceito de graça comum, e que esta é a fonte
de toda cultura e virtude que encontramos entre os homens. Isto é, em outras
palavras […] significa que Deus em sua infinita graça e bondade concedeu aos
homens a capacidade de fazer coisas boas, dentre as quais podemos enumerar os
talentos para a arte, música, oratória, literatura, arquitetura, comércio,
invenções e etc”, contextualiza Vargens.
Para
ele, “o fato da graça comum ser uma doutrina no meu ponto de vista
inquestionável, isso não me dá o direito de entoar canções seculares no culto”,
pois estas “não foram compostas para a glória de Deus”, e sim, pensadas
“exclusivamente no bem estar humano”.
Listando
outros motivos pelos quais se opõe à execução de músicas seculares durante os
cultos, Vargens observa que elas “não servem para adoração congregacional,
visto não terem sido compostas por alguém regenerado pelo Espírito Santo”, e
explica: “Nessa perspectiva o mesmo que entoa uma canção cuja letra dignifica
Deus ou as causas do reino, é o mesmo que canta cânticos com impropérios e
blasfêmias absolutamente antagônicas ao modelo de adoração ensinado pelas
Escrituras”.
Mais
adiante, o pastor destaca que “o simples fato de entoá-las em nossos
ajuntamentos aponta para a secularização da igreja, bem como a implementação
dos valores deste mundo”, o que seria uma oposição à função do louvor na
Bíblia: “Todas as vezes que louvores congregacionais foram entoados pelo povo
de Deus (tanto no Antigo Testamento, como Novo Testamento,), foram feitos por
aqueles que o Senhor anteriormente havia salvado. Para confirmarmos essa
premissa basta olharmos para o livros de Salmos e Apocalipse que não veremos um
louvor sequer com músicas não compostas por crentes no Senhor”.
Para
Vargens, a nova tendência entre evangélicos é um equívoco: “Mais do que nunca
devemos referendar nossas liturgias e comportamentos na infalível Palavra do
Senhor, contrapondo-nos assim, a qualquer ensino que fira a santidade de Deus.
Lembre-se: culto, oferecemos a Deus e não a nós mesmos! Que tem que ser
glorificado é Ele!”, conclui.
Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/musica-secular-culto-opiniao-pastores-nova-tendencia-81364.html