sexta-feira, 19 de junho de 2015

SOBRE A GESTÃO DA ESCOLA DOMINICAL


Sobre a Gestão da Escola Dominical


1
art-ca-001
O superintendente não é um mero dirigente da Escola Dominical: é o gestor do departamento mais importante da igreja. Seu trabalho não se restringe aos domingos, mas se estende de segunda a sábado. Ele sabe que, se não for eficiente durante a semana, será ineficaz no domingo.
Como gestores da Escola Dominical, temos de levá-la a atuar plenamente como educandário bíblico-teológico, agência evangelístico-missionária, departamento de integração do novo crente e suporte didático-pedagógico da igreja local.
Henrieta C. Mears (1891 – 1963), educadora norte-americana, afirmou mui acertadamente: “A Escola Dominical perpetua-se pelos seus próprios produtos”. Cabe-nos, pois, fazer com que esses produtos não venham a perecer.




I. ROBERT RAKES, SUPERINTENDENTE, GESTOR E ADMINISTRADOR POR EXCELÊNCIA


Quando Robert Rakes ajuntou aqueles meninos de rua na cidade de Gloucester, em 1783, com certeza não tinha em mente a Escola Dominical. Mas o seu trabalho estendia-se de segunda a domingo. Como este dia era santificado, na tradição cristã, à adoração, passou o domingo a marcar as reuniões de Rakes.

A escola era dominical, mas o seu amor era semanal e não morria no domingo; na segunda, renascia.

Com o seu trabalho, Rakes arrancou muitos daqueles garotos à delinqüência. A eficácia da Escola Dominical seria comprovada pelo diretor do FBI J. Edgard Hoover (1895-1972): “Em cerca de oito mil adolescentes delinqüentes, apenas 42 deles haviam freqüentado com regularidade a Escola Dominical”.



Qual o segredo da excelência da missão de Robert Rakes? Ele atuou em sua escola como superintendente, gestor e administrador. Era um dirigente completo.




II. SUPERINTENDENTE, O GESTOR DA ESCOLA DOMINICAL


O superintendente da Escola Dominical não deve se contentar a não ser com a excelência de seu trabalho. Mas, como alcançá-la? O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C) deixa-nos esta reflexão: “Somos o que repetidamente fazemos, portanto a excelência não é um feito, mas um hábito”. O superintendente que busca a excelência destacar-se-á também como gestor e administrador.

1. Superintendente. Aquele que supervisiona uma obra ou um departamento. Sua missão é controlar, manter e conduzir sua equipe à excelência. Nas Sagradas Escrituras, várias menções são feitas aos superintendentes (Nm 11.16; 2 Cr 31.13; 34.13).

Frente à Escola Dominical, o superintendente envidará todos os esforços e recursos, a fim de mantê-la funcionando com a demanda que ela requer.

2. Gestor. Via de regra, o gestor é visto como um sinônimo de administrador ou gerente. Todavia, sua missão vai muito além. Sua tarefa principal é estimular, motivar, valorizar e reconhecer o trabalho da equipe, para que esta alcance a excelência almejada pela organização.

Alvin Toffler é categórico: “Gerenciar não é mais a direção da coisa, mas o aperfeiçoamento das pessoas”. Neemias foi um exemplo de gestor. Ele soube como manter a unidade e a motivação de sua equipe.



3. Administrador. Etimologicamente, administrador significa: aquele que sustenta com as mãos. Eis porque o superintendente da Escola Dominical é também um administrador: sua missão é fazer com que todas as coisas na ED funcionem a contento. Além de lidar com pessoas, ele trata também com recursos materiais. Por isso, que ele seja detalhista e esteja a par de tudo. O escritor norte-americano Zig Ziglar aconselha: “Confira os dados. Nunca houve um campeão indisciplinado. Qualquer que seja o campo de atividade, você vai descobrir que isso é a pura verdade”.




III. A ESCOLA DOMINICAL COMO EDUCANDÁRIO BÍBLICO-TEOLÓGICO



Como gestor da Escola Dominical, o superintendente tem como obrigação levá-la a funcionar como um perfeito educandário bíblico-teológico:

1. Escola Bíblica. É a primeira vocação da Escola Dominical. Através desta, alunos de todas as idades inteiram-se do conteúdo das Sagradas Escrituras. Quando ensinamos a Bíblia às nossas crianças, preparamo-las a uma vida plena de realizações em todas as áreas de sua existência. Cabe muito bem aqui o pensamento do filósofo John Dewey: “A escola não é a preparação para a vida; a escola é a vida”.



2. Escola Teológica. Ainda na Escola Dominical, entramos em contato com os artigos de fé de nossa igreja. É o primeiro seminário que um teólogo freqüenta. O Dr. C. H. Benson apresenta estes dados que comprovam a eficácia deste tão importante educandário: “Um cálculo muito modesto assina que 75% dos membros de todas as denominações, 85% dos obreiros e 95% dos pastores e missionários foram, em qualquer tempo, alunos da Escola Dominical”.




IV. A ESCOLA DOMINICAL COMO AGÊNCIA EVANGELÍSTICO-MISSIONÁRIA


É na Escola Dominical que somos envolvidos no serviço cristão. O superintendente precisa manter a ED como essa agência ganhadora de almas. É justamente aí que aprendemos a evangelizar e a fazer missões:

1. Agência evangelizadora. Como os alunos da Escola Dominical não precisam ser membros da igreja local, levemos nossos amigos, vizinhos e parentes a frequentá-la. Nesse campo tão vital, é mister que relembremos a advertência de A.S. London: “Extinga a Escola Bíblica Dominical, e dentro de quinze anos a sua igreja terá apenas a metade dos seus membros”.



2. Agência missionária. Não são poucos os alunos de Escola Dominical chamados à obra missionária. Como freqüentá-la e não sentir o ardor pela evangelização transcultural? Conforme pesquisa realizada pelo Dr. Benson, noventa e cinco por cento dos missionários frequentaram assiduamente a Escola Dominical.




V. A ESCOLA DOMINICAL COMO DEPARTAMENTO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL DO NOVO CRENTE



Através da Escola Dominical, deve o superintendente, como seu principal gestor, levá-la a agir como o departamento encarregado de integrar o novo convertido à comunidade dos fiéis. Embora o crente novel seja de imediato integrado espiritualmente no corpo de Cristo, socialmente não encontra a mesma facilidade. Por isso, cabe ao gestor da Escola Dominical:

1. Integrar socialmente o novo crente. Este não poderá jamais sentir-se um estranho no ninho. Se somos uma irmandade, deve ele ser recebido e amado como um irmão em Cristo. O escritor francês Michel Quoist (1921-1997) discorre sobre a importância de se estabelecer e lutar pela comunhão: “O homem é solitário porque é singular, mas é convidado à comunhão. Ora, o pecado nos divide e nos isola. Precisamos procurar-nos, alcançar-nos, reunir-nos uns aos outros”.

Recomendo o excelente Manual de Integração do Novo Convertido lançado pela CPAD. Escrito por Marli Doreto, dá-nos importantes conselhos acerca desse tão imprescindível ministério para o crescimento da igreja.


2. Integrar eclesiasticamente o novo crente. Deve este, através da Escola Dominical, sentir-se parte da igreja local. Não é suficiente pertencer à Igreja Invisível e Universal; a necessidade de se congregar é básica no filho de Deus.




VI. A ESCOLA DOMINICAL COMO SUPORTE DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DA IGREJA LOCAL


Que o superintendente da Escola Dominical saiba que, como seu gestor, tem de aparelhá-la, a fim de que ela dê à igreja todo o suporte didático-pedagógico de que esta reclama.
Através da Escola Dominical, a igreja local será reconhecida também como uma agência educadora. Mas, para que isto ocorra, é imprescindível a ação de seu superintendente como gestor e agente educacional.


Em nossos livros Manual da Escola Dominical e a Teologia da Educação Cristã damos mais informações acerca da gestão da ED e de como lidar com a Educação Cristã relevante.




CONCLUSÃO


Por conseguinte, o superintendente não deve limitar-se a supervisionar a Escola Dominical. Sua função é fazer com que ela funcione perfeitamente. Busque a excelência, persiga o aperfeiçoamento contínuo.

O professor japonês Masaaki Imai é claro e irretorquível. Sua lição deveria ser apreendida por todo superintendente de Escola Dominical que busca realizar-se como gestor: “Se você aprender apenas uma palavra em japonês que seja kaizen. A estratégia kaizen é um conceito simples e o mais importante em administração japonesa – a chave para o êxito competitivo japonês. Kaizen significa aperfeiçoamento. Kaizen significa aperfeiçoamento contínuo envolvendo todos: a administração de cúpula, gerentes e operários”.



Antonio Gilberto

Mestre em Teologia; Licenciado em Pedagogia e Letras; Psicólogo; Membro da Academia Evangélica de Letras; Membro da Casa de Letras Emílio Conde; Autor do livro Manual da Escola Dominical, A Escola Dominical entre outro, todos editados pela CPAD; Comentarista da Revista Lições Bíblicas para Jovens e Adultos da CPAD; Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD; Membro da junta diretora da Global University, em Springfield – Missouri/EUA.


ENSINANDO E APRENDENDO A VENCER OBSTÁCULOS


Ensinando e Aprendendo a Vencer Obstáculos





LB


Na vida temos que lidar com obstáculos, internos (pessimismo, conformismo, baixa autoestima, etc.) e externos. Viver é vencer barreiras diariamente. Os empecilhos, a princípio, podem parecer somente prejudicar o nosso trabalho, seja ele docente ou não; eles nos entristecem e muitas vezes nos fazem desistir dos nossos ideais. Todavia, precisamos encarar as dificuldades como algo também benéfico em nosso ministério. Como assim? Precisamos ver os obstáculos como oportunidade de crescimento. Sim, eles nos fazem crescer como pessoas, como profissionais e como servos de Deus. 




Ser professor é um privilégio, mas também é um grande desafio. Segundo o sociólogo americano David Labaree, “ensinar é um trabalho enormemente difícil, que parece fácil”. Logo, temos que aprender a lidar com os obstáculos de forma correta para que não venhamos a ficar desanimados, estressados, cansados... Tomemos como exemplo o jovem José. Quantos obstáculos ele teve que enfrentar até assumir o governo do Egito? Ele enfrentou a inveja e a ira dos seus irmãos, a cova, uma mulher fútil e perversa, a prisão. Já pensou se ele tivesse desistido? Toda a sua casa teria perecido. Os entraves fizeram José crescer como ser humano e como profissional. 


As atitudes de José diante das adversidades eram sempre as melhores possíveis. Como você reage diante das adversidades? Diante dos alunos que não chegam no horário, parecem estar sempre distantes, apáticos e que querem conversar na hora da sua explicação? Aprenda com as dificuldades, não desista e procura sempre ter uma atitude positiva.

Aprendendo com o Mestre dos mestres

Jesus, o Mestre dos mestres, trabalhou com um grupo de discípulos bem complicado. Um dos seus alunos negou que o conhecia, embora minutos antes dissesse estar disposto a até morrer por seu Mestre. O outro roubava as ofertas e o traiu por trinta moedas de prata. O preço de um escravo. Quando Jesus foi preso, todos o abandonaram. Mas o Mestre os amou até o final, e não desistiu de nenhum deles. Diante das adversidades, Jesus manteve-se emocionalmente equilibrado. Como é difícil permanecer assim quando as coisas vão mal. Em geral falamos em demasia, gritamos, nos ferimos e acabamos também, por vezes, ferindo as pessoas que amamos. 

Durante muito tempo fui coordenadora pedagógica de uma instituição de ensino teológico. Como coordenadora, enfrentei muitos, muitos estorvos. Tinha que lidar com os professores e alunos. Chorei muito! Mas posso afirmar que também aprendi muito. Ensinamentos que com certeza fizeram de mim uma professora melhor, mais humana. Precisei lidar com situações cujas respostas não estavam nos livros que li na graduação, mas sim com o Mestre dos mestres. Foram momentos especiais de reflexão e aprendizado. Ser professor é estar disposto a crescer em todas as áreas.

Aprendendo com Paulo

Paulo enfrentou muitos obstáculos para pregar a Palavra e evangelizar. Ele encarou fome, frio, nudez, a incompreensão dos irmãos e perseguições vindas dos próprios crentes (Fp 4.12). E qual foi o resultado de tanta dificuldade? Um professor estressado, ranzinza, mal humorado? Não! As dificuldades fizeram com que ele produzisse um material de inigualável valor. Você já pensou nos milhares de pessoas ao redor do mundo, cristãs ou não, que são beneficiadas mediante a leitura das cartas que Paulo escreveu? Sabia que grande parte dessas cartas foram produzidas enquanto ele estava preso? Olhando para a vida de Paulo, podemos ver sua determinação diante das dificuldades. Sua deliberação não era um dom, mas era resultado da sua fé e comunhão com Deus. 

Ser professor de Escola Dominical não é só ler uma revista, trabalhar determinado conteúdo e depois “despejá-lo”, no domingo, sobre os alunos. Ensinamos para a vida, ensinamos a Palavra que produz vida, por isso, precisamos aprender com os entraves da vida. 

Que você continue a ensinar a fé cristã com excelência. Não desanime, não retroceda, não negocie sua vocação, e aprenda com os obstáculos.

Fonte: http://licoesbiblicas.com.br/index.php/k2/item/34-ensinando-e-aprendendo-a-vencer-obstaculos

PARA LÍDERES - CPAD


LIVROS PARA LÍDERES - CPAD