quarta-feira, 22 de julho de 2015

AMEAÇAS À CIDADANIA DA MULHER BATISTA


Segunda-feira, 4 de maio de 2009

AMEAÇAS À CIDADANIA DA MULHER BATISTA


                                                     Pr. Edvar Gimenes de Oliveira


A mulher já passou por fases “curiosas” em sua história. Foi, por exemplo, impedida de conversar com homem em público; rejeitada no nascimento pela crença de que filha não abria as portas do paraíso para o pai; obrigada a andar “empacotada” para não ser objeto do desejo masculino; proibida de usar calças compridas; impedida de votar sob a justificativa de que as obrigações domésticas dificultariam o exercício político; recusada em plano de saúde e no mercado de trabalho por causa de possível gravidez e até condenada a ficar calada na igreja.

Isso tudo seria coisa do passado se a história da humanidade fosse linear, mas não é. A história e escrita dia-a-dia e seus atores estão em constante luta para fazerem prevalecer vontades individuais ou de grupos. Isso acontece fora e dentro das igrejas.


Dentro das igrejas batistas associadas à Convenção, a mulher lidera organizações em todas as áreas, participa de conselhos e comissões, ensina em classes de seminários ou de EBD e faz palestras sobre temas diversos, por exemplo. Inegável, portanto, é sua contribuição à saúde e desenvolvimento das igrejas nas quais é valorizada. Essa realidade, entretanto, está sob ameaça e isso não é ficção, senão vejamos: Até aproximadamente 30 anos atrás, a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, responsável pelo início da obra batista no Brasil, contava com mulheres ensinando em suas instituições teológicas e não eram discriminadas em qualquer das disciplinas oferecidas. Elas podiam ensinar na EBD, independente de presença masculina entre os alunos, ser educadora ou regente congregacional. Com a mudança no comando da Convenção do Sul, no início da década de 80, os novos dirigentes articularam para que batistas com pensamento diferente dos deles não fossem eleitos para as “juntas administrativas” e assim conseguiram banir a diversidade e implementar a uniformidade em suas instituições. Alguns missionários que atuavam no Brasil tiveram que deixar o campo por não concordarem com esta política.


Isso foi feito sob o argumento de preservar a fidelidade às Escrituras, porém, uma outra maneira de interpretar a Bíblia foi imposta, mulheres passaram a ser impedidas de ensinar em alguns seminários e igrejas onde houvesse presença masculina e até proibidas de se matricularem em disciplinas - homilética, por exemplo – que, no exercício, as colocariam em suposta posição de autoridade sobre homens. No Brasil, aliados deste tipo de pensamento se colocam apenas como fiéis defensores da inerrância bíblica, defendendo uma interpretação popular (ou literal, como dizem) dos textos sagrados, desconsiderando a cultura* no qual foram produzidos e posicionam-se contrários à consagração de mulheres ao pastorado, sob alegação chantagista de que isso seria uma porta para a aceitação de homossexuais na igreja. Silenciam, entretanto, no que se refere à crença – e fato que vai se consumando - de que mulheres “devem aprender caladas na igreja”. Defender isso publicamente, sem primeiro assumir o comando das instituições que formam o pensamento denominacional (seminários e editoras), seria dar tiros nos pés.

Que ocorrências me fazem pensar no título deste texto?

a) cresce o número de pastores batistas envolvidos em conferências promovidas por organização que representa este pensamento no Brasil;

b) está se tornando comum, por parte de pastores batistas, o discurso da volta aos “pais reformadores”, como se o pensamento dos líderes do passado, especialmente os das reformas do século XVI e XVII, fosse homogêneo e celestial e a volta ao que eles criam fosse a vontade de Deus para a salvação do mundo;
c) há proposta sobre a mesa do Conselho da CBB de criar-se diretor único para os seminários nacionais batistas e também que os seminários da CBB firmem convênio com seminário norte-americano adepto desta linha de pensamento, “para o desenvolvimento do programa de pós-graduação lato e stricto sensu”;

e) sob o argumento da agilidade, busca de espiritualidade ou capacitação (buscas com as quais me afino), o cerco em torno da participação popular em nossas assembleias está se fechando e concentrando-se, cada vez mais, o poder decisório em fóruns com presença menor de batistas;

Não creio que tais ocorrências sejam fruto de orquestração como ocorreu na SBC. Mas nada custa alertar aqueles e aquelas que acreditam que todos somos igualmente filhos de Deus (Gl. 3.26-28), no sentido de estarem atentos, a fim de não permitirmos retrocesso na cidadania da mulher batista, através da aceitação de pensamentos doutrinários heréticos em relação à tradição histórica dos batistas. Se não estivermos atentos, daqui a 50 anos, além do silêncio na igreja, as mulheres voltarão a usar véu, não poderão mais falar com homens em espaços públicos, terão lugar separado, em segundo plano, em nossas “sinagogas” e, quem sabe, aproveitando a moda afegã, serão obrigadas a usar “burca” (pois já há usuárias do véu!), de tão culturalmente “bíblicos” que seremos.

Com mais de 100 anos, estarei no céu, mas nossas netas viverão puríssimas, sob fundamentos “bíblicos” e antecipadamente, no inferno. Quem viver verá!


Créditos à: 
http://pastorazenilda.blogspot.com.br/2009/05/ameacas-cidadania-da-mulher-batista.html


AS PASTORAS HOJE



AS PASTORAS HOJE



Quarta-feira, 7 de janeiro de 2009


A ordenação de mulheres ao ministério pastoral nas igrejas batistas da CBB começou em 1999, com a ordenação da Pra. Silvia da Silva Nogueira, pela IB de Campo Limpo, SP. Portanto, faz 10 anos. Hoje já identificamos 80 pastoras!

Alguns dizem que esse número não significa nada. Que o que ainda está em discussão é se é viável biblicamente ter pastoras ou não. Acreditamos que essa discussão já passou. Agora é trabalhar a aceitação das igrejas e das instituições denominacionais, especialmente a OPBB.

A grande questão na ordenação de mulheres é o chamado de Deus. Deus chama homens e mulheres. O espírito sopra como quer. Se um homem diz que é chamado, todos são unânimes em achar que o seu futuro de realização ou não dependerá de sua obediência a Deus. Se uma mulher diz que é chamada, muitos dizem que ela é que quer ser pastora. E não é assim. O chamado de Deus é imperativo para homens e mulheres.

O que entendemos por uma mulher apta a exercer o ministério pastoral? Os critérios são os mesmos que para os homens, isto é: chamada, preparo, idoneidade, reconhecimento pela igreja, etc.

Muitos perguntam se entendemos que a esposa de pastor é pastora. Não entendemos assim. Entendemos que a esposa de pastor é alguém que tem um papel na comunidade como esposa do líder, mas que tem os seus dons particulares do Espírito como pessoa, como crente em Jesus. Ela pode ter o dom pastoral ou não.

Muitas mulheres preparadas teologicamente e que trabalham como pastoras não admitem nem para si mesmas a necessidade da ordenação pela igreja. Precisamos trabalhar a consciência dessas mulheres e os pastores, hoje em posição privilegiada, devem criar caminhos para a legitimidade.

Até aqui as pastoras têm sido excluídas do debate a respeito da ordenação de pastoras. É como se as pastoras não existissem. O Encontro é uma oportunidade de visibilidade para as pastoras, que precisam ser trazidas a mesa de debates.

Alguns dizem que as pastoras que não estão sendo ordenadas por concílios da OPBB estão “entrando pela porta dos fundos” e que as pastoras devem esperar até que a OPBB decida a questão. “Entrar pela porta da frente” é a mulher atender o chamado de Deus para a sua vida e ser reconhecida em seu ministério pela igreja.

Se a OPBB aceitar o ingresso das pastoras, tudo poderá fluir de uma forma menos polêmica e, acreditamos, mais cristã. Se não, as pastoras terão que encontrar um outro caminho, porque existem questões funcionais, como por exemplo sua identificação, sua legitimidade junto às igrejas, a questão de também manter qualidade e critérios para ordenação. As pastoras também precisam ter o caminho aplainado para se movimentarem como pastoras do Reino de Deus e não somente de uma igreja local.


Fonte:  - http://pastorazenilda.blogspot.com.br/2009/01/as-pastoras-hoje.html

A BÍBLIA É MACHISTA?




A BÍBLIA É MACHISTA?


           Pr. João Pedro Gonçalves


Alguns têm argumentado que só falta agora termos a bíblia da pastora. Parece que a ideia por trás é que, quando tivermos mulheres no processo de tradução e revisão das versões bíblicas, teremos mais leituras "femininas" da Bíblia. Se essa hipótese estiver certa acerca das mulheres, acho ser no mínimo válida para as edições atuais. Quer dizer, ter mulheres trabalhando nas edições da Bíblia para termos leituras femininas e para se achar bases para ministérios femininos, então, não podemos esperar outra coisa senão que nossas Bíblias tenha um "cheiro" masculinizante.

Alguns querem também assexualizar o trabalho dos autores bíblicos, como se os mesmos estivessem acima de quaisquer suspeitas culturais, ideológicas, topográficas e temporais. Ora, como já demonstrei anteriormente, a teologia não é atemporal, nem asséptica. Se assim fosse, não seria teologia, não responderia às perguntas e dúvidas dos leitores da Bíblia. Por conseguinte, se assim fosse, a Bíblia também não teria respostas para nós hoje. Bíblia, para ser eterna, tem que ter uma mensagem relevante para os leitores originais, como para nós, leitores distantes do contexto original.

É certo que a Bíblia foi composta em um determinado contexto. É inevitável pensar e acreditar assim. Em vista disso, pode-se ver na literatura bíblica neotestamentária uma luta entre masculino e feminino tão grande que as nossas (quase) infindáveis discussões nem chegam perto. O texto que apresento agora é fruto da leitura de um outro que fiz chamado "Formação do cânone neotestamentário e a mulher na Igreja Antiga" em Coleção História da Igreja, de Martin N. Dreher.



Contexto Grego: Dominação Masculina

Os filósofos gregos tinham ideias bem definidas acerca da mulher e do seu papel na sociedade. Isso leva a crer que esses filósofos partilhavam da cosmovisão da mulher na sociedade grega contemporânea. Platão, por exemplo, escreveu que "Se a natureza não tivesse criado as mulheres e os escravos, teria dado ao tear a propriedade de fiar sozinho". Outro filósofo, de nome Xenofonte, não deixou por menos: "Os deuses criaram a mulher para as funções domésticas, o homem para todas as outras". Era conselho do próprio Xenofonte que a mulher "viva sob uma estreita vigilância, veja o menor número de coisas possível, ouça o menor número de coisas possível, faço o menor número de perguntas possível”.


Contexto Judaico

Se os gregos viviam num contexto ginofóbico, o contexto judaico não era diferente. A Mixná recomendava que as mulheres aparecessem e falassem o menos possível. Aliás, à mulher vedava-se até mesmo o conhecimento das coisas espirituais. É conhecida a passagem onde se diz: "Bem estão aqueles, cujos filhos são homens, mal, no entanto, aqueles, cujos filhos são filhas. Quando um menino vem ao mundo, vem paz ao mundo; quando vem uma menina, nada vem. Nossos mestres disseram: Quatro qualidades são evidentes nas mulheres: comilonas, mexeriqueiras, preguiçosas e invejosas".

Um outro texto ainda mais conhecido, onde o ensino da Torá para a mulher tinha o efeito de fazê-la perder-se ainda mais: "Louvado seja o Eterno, pois não me criou como gentio; louvado seja o Eterno, pois não me criou como mulher; louvado seja o Eterno, pois não me criou como ignorante... Que as palavras da Torá sejam queimadas, mas não sejam transmitidas às mulheres... Todos aquele que ensina a Tora para sua filha, ensina-a a ser devassa".


Contexto Bíblico (Canônico)

Os autores dos livros que foram considerados canônicos conhecedores e enfronhados na cultura grega e judaica, pressupunham que os missionários e pastores das igrejas só poderiam ser homens. Daí, atribuir-se a Febe o termo diaconisa (texto já comentado pelo "velho" Zaqueu). Assim, os principais autores do que ficou para a posteridade como NT ao escrever, faziam também exegese dentro do contexto em que viviam.


Um Exemplo

Sabemos que o texto neotestamentário tem várias "testemunhas", manuscritos guardados em bibliotecas famosas e museus antigos. Cópias desses documentos são consultados no processo de tradução e citados no estudo do texto bíblicos nas aulas de cânon de nossos seminários. Ao estudarmos esses textos antigos, concluímos que o texto, ao longo dos anos, sofreram inúmeras inserções (calcula-se em 200 mil inserções só para o texto do NT). Alguns desses acréscimos foram feitos por problemas involuntários (audição e/ou visão), ou de forma voluntária.

A luta entre feminino e masculino influenciou o texto de um desses documentos antigos, o Códice Beza (D).

a. O texto de Atos 17.4: "Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres". No códice Beza, lemos: "muitas mulheres de distintos". As mulheres distintas em uma versão, virou esposas de homens distintos em outra.

b. O texto de Atos 17.12: "Com isso muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens". No códice Beza, lemos: "... homens gregos de alta posição e mulheres".

c. Atos 1.14: "Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, estando entre elas Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele". No códice Beza, lemos: "mulheres e crianças".

d. Atos 18.26 aparece a dupla "Priscila e Áquila", no códice Beza: "Áquila e Priscila".

O códice Beza é conhecido como texto de origem da Ásia Menor. Naquela região, toda mulher era uma forte candidata à heresia. O Apocalipse de João afirmava de uma mulher "Jezabel" a heresiarca da igreja. Naquela região da Ásia, Tiatira, foi o berço do montanismo, onde Prisca e Maximila foram pastoras e profetisas. Depois, foram consideradas heréticas e foram finalmente expulsas.


Dois Autores: Paulo E Lucas

O apóstolo Paulo tratava com relativa normalidade o fato de na igreja iniciante ter profetisas, apóstolas, ministras, dirigentes em cada congregação local, de acordo com 1 Co 11.2-16. Lucas, no entanto, parece caminhar em direção diferente, omitindo em seus textos esses fenômenos. No entanto, não é desconhecido para Lucas que mulheres exerciam funções elevadas nas congregações iniciantes.
Os Evangelhos dão conta que as mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição. O Evangelho de Marcos recomenda que as mulheres deem o aviso aos homens, discípulos de Jesus. Mas o texto de 1 Co 15.3-5 não contempla as mulheres no relato da ressurreição de Cristo, ao contrário, quando elas relataram o acontecido aos homens, suas palavras "pareceram como um delírio", (Lc 24.11). Semelhantemente, Lucas escreve que Felipe foi o primeiro missionários em terras samaritanas, como que desconhecendo o fato de a mulher samaritana ter sido a primeira a ser enviada ao seu povo.


Apócrifos, Testemunhos "Quase" Suspeitos

É sabido que o cânon do NT não nasceu uno e que sua fixação não foi questão unânime na igreja até o século XX. Nos primeiros séculos, a questão foi muito mais debatida. Havia daqueles que aceitavam uns e rejeitavam outros. Em uma determinada região do império romano alguns livros eram tido como canônicos; em outras regiões, esse livro tinha a sua leitura proibida. O que ficou e foi passado como canônico não deixou de ser, em certo sentido, uma decisão de um grupo que se impôs sobre o outro. O cânon é, no fim, uma questão de fé. Fé na palavra de Deus e fé na decisão das escolhas dos nossos antepassados.

Na literatura "apócrifa" a questão da mulher é muito mais light que na literatura "canônica". Como exemplo dessa afirmação, está que Maria Madalena nos outros escritos tem a primazia como testemunha da ressurreição.

No Evangelho de Tomé, Pedro chega a se queixar do lugar proeminente que tem Maria Madalena: "Simão Pedro lhes disse: "Maria deve sair de nosso meio, pois as mulheres não são dignas da Vida. Disse jesus: "Eu mesmo vou conduzi-la para fazê-la masculina, de modo que ela também possa se tornar um espírito vivente, semelhante a vós homens. Pois toda mulher que se fizer a si mesma masculina entrará no Reino dos Céus".

As mulheres e líderes da igreja dos primeiros séculos baseavam suas atitudes a partir do relato dos Atos de Paulo e Tecla. Mais tarde, Tertuliano acabou por diminuir o valor dessa literatura.


O Testemunho da Patrística

Orígenes reconhecia a importância das mulheres num passado recente, mas afirmava também que elas não mais se pronunciavam em público nas reuniões da igreja. Crisóstomo também admitia que houvesse na história da igreja mulheres apóstolas, missionárias, pastoras, mas que isso só foi possível por causa de uma situação "angelical", ou seja, uma situação de assexualidade da mulher na igreja dos primeiros séculos.
Ambrósio afirmou que o pecado começou com as mulheres. Com elas, surgiram todos os ensinos falsos e heresias da igreja.


Conclusão?

Fica claro que Jesus mesmo não tratou as mulheres à moda dos seus discípulos e dos discípulos dos discípulos. A questão da mulher só se agravou ao longo da história. Inicialmente, as mulheres não eram discriminadas, pois que, em Cristo, essa questão de gênero, de escravos e ricos, de xenofobismo foram eliminadas. Mas a exegese do texto bíblico pelos homens líderes da igreja, a formação do cânon, as variações textuais dos documentos antigos foram responsáveis por uma interpretação oficial e oficializante.

De um papel de discípulas – elas seguiram a Jesus desde a Galileia, quer dizer, não se juntaram ao grupo de Jesus nos últimos dias – as mulheres começaram a receber uma interpretação de diminuição de importância até que foram condenadas a ficaram caladas na igreja, proibidas de cantar e só seriam aceitas como monjas, auxiliares dos homens.

Os autores bíblicos não escreveram o seu texto de forma hermética, com luvas. Eles escreveram dentro de um contexto, respondendo à questão de cada comunidade, no calor da discussão.

Foi esse o texto e a interpretação que recebemos. Nossa argumentação, mesmo quando diante de um texto bíblico, está eivada de tradição, tanto nossa quanto dos seus autores do passado.


Pastor João Pedro Gonçalves Araújo, bacharel em Teologia (FTBB, DF), Bacharel em Filosofia (UnB), Mestre em Ciências da Religião (UMESP), e Doutor em Sociologia (UnB). É professor de Filosofia e Sociologia na Faculdade Evangélica de Brasília e professor de Teologia na FTBB (Brasília). É pastor da Igreja Batista no Lago Sul, Brasília.

Fonte: http://pastorazenilda.blogspot.com.br/2009/02/biblia-e-machista.html


“CASAMENTO” HOMOSSEXUAL DOS EUA AFETARÁ OUTROS PAÍSES

29 de junho de 2015

“Casamento” homossexual dos EUA afetará outros países


“CASAMENTO” HOMOSSEXUAL DOS EUA AFETARÁ OUTROS PAÍSES

Mas em estranho acobertamento, grande mídia esquerdista americana nega que os EUA são o líder do movimento homossexual mundial


Julio Severo
Por causa da hegemonia cultural mundial dos EUA, a decisão histórica do Supremo Tribunal dos EUA em favor do “casamento” homossexual afetará outras nações, e ativistas homossexuais em muitas partes do mundo estão excitados em sua expectativa de usar a decisão do tribunal para avançar sua causa, de acordo com uma reportagem da Associated Press, um dos maiores serviços noticiosos dos EUA.



Ainda que grandes empresas dos EUA (Apple, Microsoft, Google, etc.) e até o governo americano tenham grandemente incitado a tendência para com a aceitação do “casamento” homossexual, a Associated Press, cujas reportagens são descaradamente pró-homossexualismo, tem se apressado para separar os EUA do papel da liderança dizendo “Os EUA não são o líder desse movimento,” ignorando que os EUA foram o primeiro país a nomear um embaixador homossexual mundial para a ideologia homossexual e que o Departamento de Estado e a USAID vêm financiando e treinando organizações homossexuais em outras nações.

As tentativas da Associated Press de descartar a liderança dos EUA no movimento homossexual internacional apontaram que outras nações, como a Argentina, tinham “casamento” gay antes dos EUA.

O Brasil, o maior país católico do mundo, havia com efeito aprovado o “casamento” gay em 2013, antes dos EUA, mas os ativistas homossexuais envolvidos nessa campanha estavam muito envolvidos com ativistas homossexuais americanos e sua propaganda “brasileira” contava decisivamente com dados e know-how de ativistas dos EUA.
Pelo fato de que o Brasil não tem uma hegemonia cultural mundial, seu “casamento” gay não produziu nenhum efeito em outras nações. Quando o Supremo Tribunal dos EUA legalizou o “casamento” homossexual, os sites do Palácio do Planalto e do Ministério da Educação exibiram o arco-íris homossexual — uma celebração homossexual que o governo brasileiro não realizou nem mesmo na legalização do “casamento” homossexual brasileiro.
Ainda que o Brasil e os EUA sejam antagônicos em algumas questões econômicas, eles têm tido uma irmandade inegável, vibrante e incrível na agenda homossexual.

Da mesma forma, o “casamento” homossexual argentino não produziu nenhum efeito internacional, pois a Argentina não tem uma hegemonia cultural mundial. Entretanto, é muito improvável que os ativistas homossexuais argentinos envolvidos nessa campanha não estivessem envolvidos com ativistas homossexuais americanos e que sua propaganda “argentina” não contasse decisivamente com dados e know-how de ativistas americanos.

“A decisão dos EUA terá um grande impacto em outros países,” disse Esteban Paulon, presidente da Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais, acrescentando que sua organização contribuiu documentação para as organizações legais americanas que defenderam o caso diante do Supremo Tribunal.

Esse é um truque velho. É o mesmo modo de trabalhar de organizações e fundações pró-aborto dos EUA. Elas financiam e treinam ativistas nos países em desenvolvimento, e quando necessário esses ativistas são usados como vitrine para defender, com uma voz do terceiro mundo, exatamente o que as organizações e fundações pró-aborto dos EUA querem. Elas apresentam sua voz treinada de terceiro mundo na ONU e fóruns internacionais sobre aborto e controle populacional e dizem: “Estão vendo? Eles querem aborto e controle populacional e eles querem nossa ajuda para fazer isso!”
A motivação por trás dessas campanhas é tudo, menos de bom coração.
O Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o órgão das decisões mais elevadas sobre política externa nos EUA, promulgou um documento extremamente secreto intitulado Memorando de Estudo de Segurança Nacional 200 (do original em inglês “National Security Study Memorandum 200,” cuja sigla é NSSM 200), também conhecido como Relatório Kissinger. Seu assunto era “Implicações do Crescimento da População Mundial para a Segurança e Interesses Externos dos EUA.” Esse documento, publicado em 10 de dezembro de 1974 durante o governo de um presidente republicano, foi o resultado da colaboração entre a Agência Central de Inteligência (CIA) e a Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID).

De acordo com o Dr. Brian Clowes, um especialista em assuntos de controle populacional na organização Human Life International, “o NSSM 200 continua a ser o documento fundamental sobre controle populacional elaborado pelo governo dos Estados Unidos. Portanto, o NSSM 200 continua a representar a política oficial dos Estados Unidos sobre controle populacional… O propósito principal das campanhas de controle populacional financiadas pelos EUA é manter acesso aos recursos… de países menos desenvolvidos.”

O NSSM 200 é o mais importante documento de controle populacional do governo dos EUA. Mas havia um esforço para negar que os EUA têm sido o líder do movimento mundial de controle populacional.

Clowes explica que os países jamais conseguiram apontar com precisão o trabalho sujo das campanhas de controle populacional dos EUA como responsabilidade direta dos EUA porque havia uma estratégia envolvida para escapar dessa acusação. Ele disse: “O NSSM 200 também especificamente declarou que os Estados Unidos deveriam acobertar suas atividades de controle populacional e evitar acusações de que são imperialistas induzindo a ONU e várias organizações não governamentais — especificamente o Fundo Pathfinder, a Federação Internacional de Planejamento Familiar (conhecida pela sigla inglesa IPPF) e o Conselho Populacional — a fazer seu trabalho sujo.”

A USAID, que estava envolvida com a CIA no NSSM 200, vem usando sua larga experiência e sofismas em controle populacional para promover a agenda homossexual no mundo inteiro.

No ano passado, a USAID e o Departamento de Estado dos EUA realizaram a terceira Conferência para Avançar os Direitos Humanos LGBT e Promover Desenvolvimento Inclusivo para Indivíduos Lésbicos, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) em Washington, D.C., EUA.
Importantes autoridades do governo dos EUA palestraram no evento.
A conferência reuniu autoridades governamentais, financiadores particulares, líderes empresariais, especialistas acadêmicos e ativistas homossexuais de mais de 30 países para aumentar a coordenação, cooperação e recursos dedicados para promover a agenda homossexual no mundo inteiro, e para garantir a plena inclusão de ativistas homossexuais em estruturas de poder político.

A conferência focou em estratégias de assistência diplomática e externa para lidar com questões homossexuais no mundo todo. Discutiu também as melhores formas de envolver as comunidades religiosas para apoiar a agenda homossexual e integrá-la em programas de desenvolvimento.
Apesar desse enorme envolvimento na agenda homossexual mundial, a grande mídia esquerdista dos EUA, inclusive a Associated Press, quer acobertar a liderança dos EUA nesse movimento.

Esse acobertamento vem também ocorrendo mediante estratégias diplomáticas.
embaixador homossexual mundial dos EUA recentemente visitou o Brasil e outras nações para coletar suas experiências homossexuais e usá-las para dar a impressão de que o trabalho sujo dele não é avançar as ambições homossexualistas do governo de Obama. Ainda que o financiamento, o know-how e a inspiração venham de organizações homossexuais dos EUA, tudo será feito alegadamente por amor aos desejos de grupos homossexuais do Brasil, da Argentina e até da África!

Vinte e um países agora impõem o “casamento” homossexual. Na maioria desses países, grupos homossexuais bem organizados, financiados e treinados estão fazendo pressão legal e social para expandir direitos de “casamento” homossexual, especialmente a adoção de crianças.

Esses movimentos, que têm recebido financiamento e treinamento dos EUA, inclusive do Departamento de Estado e da USAID, estão recebendo um estímulo grande com o “casamento” gay legalizado nos EUA, de acordo com a reportagem da AP. Eles usarão a experiência dos EUA para avançar sua causa (“Ei, a nação mais avançada tem leis gays avançadas, e nós deveríamos imitar”) e os grupos homossexuais americanos por sua vez usarão a experiência deles para exigir mais e mais (“Eis, até países do terceiro mundo estão adotando a agenda homossexual. Por que deveríamos evitar avançar mais?”)
Todos eles estão envolvidos num círculo vicioso de trabalhos sujos. Mas o que fará a diferença decisiva é a hegemonia cultural.

Em seu livro de 1997 “The Grand Chessboard” (O Grande Tabuleiro de Xadrez), Zbigniew Brzezinski, um dos mais confiáveis conselheiros de política externa do governo dos EUA (desde Carter até Obama), argumentou que os EUA detêm a hegemonia mundial nas principais áreas. Ele disse:

“Os EUA têm a supremacia em quatro esferas decisivas de poder mundial: militar, econômica, tecnológica e cultural.”

O “casamento” homossexual brasileiro e argentino e outras agendas gays não têm tido nenhum efeito em outras nações. Mas se os EUA quiserem usá-los, eles com certeza terão um impacto decisivo mundial.
A poderosa hegemonia dos EUA está agora a serviço de sua própria agenda homossexual e da agenda homossexual de grupos homossexuais internacionais que a USAID e o Departamento de Estado estão treinando e financiando.
A resposta a esse poder hegemônico pró-homossexualismo é bolsões de resistência conservadora nos EUA e uma resistência conservadora internacional que rechace o imperialismo homossexual promovido pelo governo e grandes empresas dos EUA.
A homossexualidade trouxe destruição para Sodoma, e trará destruição para qualquer cidade ou superpotência que a adote. Um remanescente de cristãos fiéis a Deus precisa alertar acerca do perigo da sodomia e apoiar esforços para proteger crianças e suas famílias contra isso.

“O que aconteceu com Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas é, para nós, um exemplo do castigo do fogo eterno. O povo daquelas cidades sofreu o mesmo destino que o povo de Deus e os anjos sofreram, pois cometeram pecados sexuais e se engajaram em atividades homossexuais.” (Judas 7 GWV)

O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Defender esse casamento original e real contra um “casamento” falsificado de dois homens não salvará a alma eterna das pessoas. Mas salvará crianças, famílias e a sociedade de uma destruição psicológica, moral e física.

Pregar o Evangelho e deixar claro que Jesus Cristo salva, cura e liberta fará a diferença máxima entre pecadores que amam pecados homossexuais e entre nações que adoram promover e impor esses pecados nos outros. Eles terão uma chance de ser salvos, curados e libertos.

Se não quiserem o Evangelho, os cristãos deveriam agir profeticamente, principalmente no caso de uma nação que começou no Evangelho, era campeã em exportar o Evangelho e impactou muitas nações no Evangelho e agora termina com sodomia, como campeã em exportar sodomia e afetando muitas nações nesse pecado.


Com informações da Associated Press.
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