terça-feira, 8 de agosto de 2017

O QUE É A BÊNÇÃO APOSTÓLICA NA BÍBLIA E QUAL É O SEU SIGNIFICADO?





Bênção apostólica é uma bênção trinitariana que muitos pastores pronunciam no final dos cultos. Essa bênção é chamada de “apostólica” porque foi escrita pelo apóstolo Paulo na conclusão de sua segunda Epístola aos Coríntios.
Essa bênção é a mais completa de todo o Novo Testamento, pois é a única que traz em sua fórmula a menção ao Pai, Filho e Espírito Santo. Por isso também é chamada de “bênção trinitariana”.

Onde está a bênção apostólica na Bíblia?

A bênção apostólica está registrada em 2 Coríntios 13:13. Com base nesse texto, a bênção apostólica consiste na seguinte frase: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês”.

Na verdade, o próprio Paulo usualmente concluía suas epístolas registrando uma bênção final. No entanto, todas elas apresentam uma fórmula mais simplificada em comparação à bênção registrada em 2 Coríntios.

Nas outras epístolas, basicamente sua bênção final segue o seguinte padrão: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todas vós” (Romanos 16:20,24; 1 Coríntios 16:23; Gálatas 6:18; Filipenses 4:23; 1 Tessalonicenses 5:28; 2 Tessalonicenses 3:18; cf. Filemom 1:25).

Em outras epístolas, ele apenas mencionou a frase: “A graça seja convosco” (Colossenses 4:18; Tito 3:15; cf. 1 Timóteo 6:21; 2 Timóteo 4:22). A bênção final registrada na Epístola aos Efésios também apresenta alguns detalhes diferentes em relação a essas outras, onde Paulo escreveu: “Paz seja com os irmãos, e amor com fé da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade” (Efésios 6:23,24).

Qual o significado da bênção apostólica?

A bênção apostólica escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo eficaz de que o Deus Triuno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes do amor, graça e comunhão. Por “desejo eficaz” deve-se entender que essa bênção não é um mero desejo, como se fosse algo que pode ou não vir a acontecer, mas uma promessa que se torna real na vida daqueles que verdadeiramente creem em Cristo. É certo dizer que essa bênção de forma direta e objetiva expressa os pontos principais da mensagem do Evangelho.
Também é interessante notar que a sequência na qual o apóstolo mencionou a Trindade difere da forma usual como ela geralmente aparece no Novo Testamento, onde o Pai é mencionado primeiro, depois o Filho e, depois, o Espírito (Mt 28:19).

Existem outras ocorrências onde isso acontece, como por exemplo, na saudação do apóstolo Pedro na introdução de sua primeira epístola, onde ele mencionou a Trindade na sequência de Deus o Pai, Espírito Santo e Jesus Cristo (1 Pe 1:2).
O fato de o apóstolo Paulo ter mencionado uma sequência diferente em sua bênção, provavelmente significa que ele estava buscando enfatizar a Pessoa de Cristo e a experiência da salvação no contexto de sua carta, já que durante toda a epístola ele repete várias vezes a expressão “nosso Senhor Jesus Cristo” (2Co 1:2,3; 8:9; 11:31; 13:13). A seguir, vamos entender cada parte da bênção apostólica.

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo

Na primeira frase da bênção, o apóstolo destaca a graça do Senhor Jesus. Calvino, em seu comentário de 2 Coríntios, concluiu muito bem dizendo que o conceito de graça nessa bênção significa o benefício completo da redenção.
Essa graça de Cristo foi derramada sobre os redimidos por meio de sua vida, morte e ressurreição, de modo que os santos agora estão vestidos de justiça pelos méritos de Cristo. Isso significa que não há nada em nós que nos credencie a salvação, mas que somos salvos pela graça de Cristo, o qual ocupou o nosso lugar e sofreu o castigo que merecíamos.

E o amor de Deus

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo revela o amor de Deus, ou seja, é por meio desse amor que os redimidos têm acesso a essa graça tão maravilhosa. O próprio Jesus explicou muito claramente essa verdade fundamental quando conversou com o fariseu Nicodemos, dizendo que por amar o mundo de tal maneira, Deus entregou seu Filho unigênito (Jo 3:16).

Isso nos mostra que o amor de Deus por seu povo não se iniciou na cruz com a morte de seu Filho, mas que foi esse amor que levou seu filho à Cruz. Mais uma vez entendemos que a causa de nossa salvação não está em nós, mas totalmente em Deus.

E a comunhão do Espírito Santo

A graça de nosso Senhor Jesus revela o amor de Deus por nós resultando na comunhão do Espírito Santo pela qual podemos experimentar essa bênção tão sublime. O Espírito Santo habita no coração do salvo, fazendo dele seu templo (1Co 6:19), de modo que somente Ele é quem pode convencer o homem do pecado, regenerá-lo e capacitá-lo a viver uma vida que agrada a Deus.

Essa nova vida é marcada pela santificação, e expõe os resultados visíveis das virtudes do fruto gerado pelo próprio Espírito.

O uso da benção apostólica no culto é obrigatório?

Não, o uso da bênção apostólica no culto não é obrigatório. Não existe uma ordenança bíblica de que o final de cada culto deve ser acompanhado da bênção apostólica. Certamente a maioria das comunidades cristãs possui esse costume em seus cultos, porém existem muitas outras que não adotam essa prática.
Também é verdade que em alguns casos os pastores utilizam outros textos bíblicos na conclusão dos cultos, como por exemplo, a própria bênção escrita pelo apóstolo Paulo em sua fórmula mais simplificada presentes em outras epístolas, ou mesmo outras passagens bíblicas como Efésios 3:20,21; Hebreus 13:20,21 e Judas 24,25.
Outros também utilizam a bênção Araônica, também chamada de “bênção sacerdotal”, registrada em Números 6:24-26. Na verdade, historicamente, o uso da bênção Araônica no culto cristão é ainda mais antigo do que a própria bênção apostólica de 2 Coríntios.
Não é possível saber com exatidão se os cultos da Igreja Primitiva terminavam com alguma forma de bênção, nem mesmo se os próprios apóstolos terminavam os cultos com a bênção apostólica, mas na época da Reforma esse costume foi evidente, com Martinho Lutero sendo um de seus maiores defensores.

Quem pode pronunciar a bênção apostólica?

Essa é uma pergunta que já levantou muitos debates, principalmente com relação à dúvida se presbíteros e diáconos podem pronunciar a bênção apostólica. O que podemos dizer é que atualmente a resposta vai variar de acordo com a denominação.

Algumas delas procuram enfatizar o sacerdócio de todos os crentes (1Pe 2:9) e defendem que qualquer pessoa está apta a pronunciar a bênção sobre a congregação, enquanto outras entendem que apenas os pastores é quem devem concluir o culto com a bênção apostólica, pois apesar de todos os crentes exercerem o sacerdócio real, são eles quem possuem a responsabilidade hierárquica como ministros do Evangelho (cf. 1Co 9:13-14). Logo, naturalmente faz sentido que sejam eles, como ministros da Palavra e dos sacramentos, os encarregados de também pronunciar a bênção.
Seja como for, o importante é que fique bem claro que não é o grau hierárquico que confere legitimidade a bênção ou aumenta seu valor, mas a ênfase deve estar no valor subjetivo e espiritual da bênção, e que os cristãos a recebem pela fé. Esse é o tradicional posicionamento protestante.
Dessa forma, também se subentende que quando um pastor pronuncia a bênção apostólica isso não significa que ele o faz por possuir exatamente a mesma autoridade exercida pelos doze apóstolos e Paulo, ou mesmo por ser um tipo de detentor da bênção a qual ele controla de uma forma mística, como se ele próprio fosse o originador dela, e tivesse o poder de fornecer uma espécie de cobertura espiritual.
Na verdade, não há nada de mágico nisso, pois como foi dito, a bênção é derramada eficazmente somente sobre aqueles que, pela graça, estão dispostos a recebê-la através da fé. Nesse aspecto, aquele que a pronuncia não apenas expressa um desejo, mas a levam consigo (cf. Lc 10:5,6).

O que a bênção apostólica, não é?

Mais uma vez vale ressaltar que a bênção apostólica não deve ser entendida como uma combinação de palavras mágicas, ao contrário, o significado da bênção trinitariana escrita pelo apóstolo Paulo é muito mais profundo do que qualquer interpretação supersticiosa, já que, como vimos, ela sintetiza a mensagem do Evangelho, a saber, a graça divina, o amor divino e a comunhão divina que os redimidos desfrutam pela fé em Jesus Cristo.

Fonte: https://estiloadoracao.com/bencao-apostolica/

O QUE É BENÇÃO?


O Que É Bênção E Qual O Seu Significado Na Bíblia?


Bênção é basicamente o próprio ato de abençoar ou uma concessão de bem. Como a palavra “bênção” possui uma ampla aplicação, seu significado correto deve ser determinado de acordo com o contexto em que ela aparece.

A palavra bênção pode ser empregada no sentido de “aprovação” ou “consentimento”, como também para se referir a um “presente recebido”, um “favor”, uma “dádiva” etc. Nesse texto entenderemos melhor o que é bênção, e qual o seu significado na Bíblia.

Significado de bênção na Bíblia


No Antigo Testamento a palavra bênção geralmente traduz o hebraico berakhak, que pode significar algo como “bênção”, “fonte de bem/bênção”, “prosperidade”, “louvor de Deus”, “presente” e “acordo de paz”.
Essa palavra aparece em muitas passagens bíblicas se referindo à concessão de bem (Dt 11:26; Pv 10:22; Is 19:24) e muitas vezes contrastando com a maldição (Gn 27:12; Dt 11:26-28; 23:5; 28:2; 33:23). Esse termo também é utilizado para se referir a uma fórmula de palavras que invoca coisas boas, e que constitui propriamente uma “bênção” (Gn 27:36; 38:41; Dt 33:1).
No Novo Testamento a palavra bênção é usada para traduzir o grego eulogia, que pode significar “louvor”, “gratidão”, “invocação de bênção”, “consagração”, “benefício”, “discurso elegante” e outros.
Esse termo é utilizado no Novo Testamento tanto para se referir à invocação de bênçãos (Tg 3:10), como ao bem material no sentido de generosidade (2 Co 9:5) e o bem espiritual transmitido pelo Evangelho (Ef 1:3).

O ato de abençoar na Bíblia


Na Bíblia encontramos o ato de abençoar presente em diferentes aspectos. O principal deles é o de Deus abençoando o homem, de modo que essa bênção sempre é eficiente (Gn 1:28; 12:2; 22:17; Êx 20:24; Dt 1:11; Sm 6:11; Ef 1:3; etc).
O ato de o homem louvar a Deus, expressando sua gratidão em relação a Ele e reconhecendo seus atributos divinos glorificando-o pela sua grandeza, também pode ser entendido como algo equivalente a uma bênção (Sl 63:4; 103:1,2; etc).
Também é notória a bênção do alimento, isto é, o ato de dar graças a Deus pelo alimento. Esse era um costume típico na cultura judaica. O próprio Senhor Jesus quando alimentou as multidões tomou o pão e deu graças a Deus o Pai (Lc 11:24), bem como quando Ele institui a Ceia do Senhor enquanto celebrava a Páscoa e deu graças ao partir o pão (Lc 22:19), ou ainda quando abençoou o pão no momento em que os olhos dos dois discípulos que iam pelo caminho de Emaús foram abertos (Lc 24:30).

Em 1 Coríntios 10:16, o apóstolo Paulo escreveu: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo?”. Essa frase não deve ser entendida como uma simples indicação de que a Igreja agradece pelo “cálice de bênção”, mas deve ser entendido com todo seu sentido teológico, isto é, o de agradecer a Deus o Pai pela obra redentora de Cristo a nosso favor.
Temos também o exemplo de alguns homens impetrando uma bênção, como quando o rei e sacerdote Melquisedeque abençoou o patriarca Abraão (Gn 14:19,20), Isaque quando abençoou Jacó (Gn 27:26-40), depois Jacó quando abençoou seus descendentes (Gn 49:1-7), e Moisés quando abençoou o povo de Israel (Dt 33:1-29).
Uma aplicação do ato de abençoar que certamente merece destaque é quando os sacerdotes abençoavam o povo no Antigo Testamento com a bênção sacerdotal (Nm 6:24-26), e da mesma forma os apóstolos também assim fizeram no Novo Testamento (2 Co 13:13).
Aqui também devemos fazer uma consideração de que tanto na bênção sacerdotal como na bênção apostólica, é preciso entender que esse ato não é o mesmo que uma oração própria ou um simples desejo de alguém em relação as bênção de Deus. Antes, é o próprio ato de um ministro pronunciando a bênção sobre outras pessoas em nome de Deus (Nm 6:26).
Dessa forma, ao invés de um mero desejo sobre coisas boas, tais bênçãos significam promessas reais, eficazes e garantidas a todos aqueles que a recebem com fé genuína.

Fonte: https://estiloadoracao.com/o-que-e-bencao/




Em Mateus 8:23-27, Marcos 4:35-41 e Lucas 8:22-25, temos o relato da mesma história: o Senhor acalmando uma tempestade. Esses textos das escrituras têm em comum as circunstâncias em que o fato aconteceu e a reação dos discípulos de ir até o Senhor; todavia, há pequenas diferenças no que o Senhor respondeu em cada um desses livros. Tais diferenças entre os escritos trazem para nós uma importante lição sobre a fé.

Em Mateus, os discípulos dizem para o Senhor: “Perecemos!” (v. 25), então Ele responde: “Por que sois tímidos, homens de pequena fé?” (v. 26).

Em Marcos, os discípulos dizem para o Senhor: “Mestre, não te importa que pereçamos?” (v. 38), então, depois de acalmar a tempestade, a resposta é: “Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?” (v. 40).

Em Lucas, os discípulos dizem para o Senhor: “Estamos perecendo!” (v. 24), então Ele responde, depois de acalmar a tempestade: “Onde está a vossa fé?” (v. 25).

Tendo em vista que esses textos bíblicos correspondem à mesma história, pode-se, então, dizer que a verdade transmitida através deles é a mesma. Portanto, podemos aplicar cumulativamente essas diferentes palavras para nossa vida, as quais representam verdadeiras lições sobre a fé, a respeito do que vamos tratar adiante.

As Tempestades

Quando as tempestades vêm, nossa fé pode ser provada da melhor maneira. É que o vento e o mar, que atuam juntos para balançar nosso barco, evidenciam uma cena de batalha espiritual. Isso porque os ventos e o mar representam, respectivamente:

  • os principados e potestades, que têm seu lugar de habitação nos céus (Ef 6:12);

  • e os demônios, que têm seu lugar de habitação nas grandes massas de água (Mc 5:13).

Assim, para nossa luta espiritual é preciso que tenhamos o Senhor no nosso barco (nossa vida), mas também é preciso aprender a utilizar a nossa fé adequadamente para vencer as forças espirituais que operam para nos impedir de fazer algo por Deus.

Onde está a vossa fé?

Nossa fé deve ser totalmente baseada na palavra. Assim que Deus fala, tomamos aquilo por certo e induvidável, já que Deus não é homem para que minta (Nm 23:19). Portanto, Deus é o lugar onde nossa fé é colocada. Saiba: não é em nós mesmos que devemos ter fé, mas sim em Deus e no Seu poder; afinal nossa suficiência vem de Deus e sem Ele nada podemos fazer (2 Co 3:5).

Sempre que acharmos que a fé está em nós, na nossa capacidade humana limitada, seremos considerados homens de pequena fé, ou de fé insuficiente, ou até mesmo sem fé. Na verdade, é pelo fato de nossa fé estar em Deus, que a temos na exata medida para crer em tudo o que Ele determinou para nossa vida e, assim, vencer nos ambientes espirituais.

A fonte e base sobre a qual nossa fé está assentada é em Deus e não em nós mesmos. Não cremos porque queremos, mas cremos porque Deus tem atributos que o torna confiável e digno de nossa fé.

Como é que não tendes fé?


O motivo para estarmos perecendo e acharmos que o Senhor não se importa com isso é que não temos fé suficiente Nele. Se conhecêssemos Deus a fundo saberíamos que Ele cuidaria de nós, não importando a situação ou a condição, afinal, se Ele cuida dos lírios dos campos, muito mais de nós (Mt 6:30).

A falta de conhecimento de Deus gera uma carência de fé em nós. Tornamo-nos homens sem fé, aos quais o próprio Senhor pergunta: “Não tendes fé?”. Precisamos conhecer e prosseguir em conhecê-Lo para que nossa fé aumente e possamos cada vez mais praticar sua palavra.

Por que sois tímidos, homens de pequena fé?

Pelo fato de nossa fé não estar adequada, somos colocados numa posição de falta de expressão da autoridade de Deus. Quando o Senhor falou para os discípulos “Por que sois tímidos, homens de pequena fé?”, indiretamente o Senhor quis dizer que os próprios discípulos deveriam ter lidado com a situação subjugando as forças malignas que estavam em ação. A timidez aqui se refere ao fato dos discípulos não terem tomado uma atitude na situação com base na palavra de Deus.

Em outras versões bíblicas, timidez também é traduzido como covardia. Somos covardes quando em uma situação que nós mesmos podemos lidar, procuramos autoridades superiores a nós, por estarmos com medo. Hoje, em nossa vida cristã, não podemos ser covardes. Esse não foi o Espírito que Deus nos concedeu. Nosso Espírito é de poder, de amor, de moderação (2 Tm 1:7); portanto, com base nesse Espírito poderoso, dado para permitir que realizemos coisas, tomamos a autoridade de Deus e a exercemos contra os ataques do inimigo na batalha espiritual. Além disso, o povo que conhece ao seu Deus se torna forte e ativo (Dn 11:32).

Ter uma fé pequena ou ter pouca fé significa ter um Deus pequeno, ou seja, um Deus que desconhecemos e que supre pouco para nós. Essa não é a verdade. Nosso Deus é tudo o que precisamos, Ele mesmo se apresenta como o “EU SOU” (Ex 3:14). Não podemos achar que Ele é limitado, porque Ele não é. Ele é o Deus capaz de tudo, acredite: Ele faz o impossível! (Mc 10:27).

Diariamente, coisas impossíveis estão acontecendo em nossas vidas, mas não conseguimos ver. Nossa visão é limitada. Nossa mente também não consegue entender isso. Tão pouco nossos sentimentos são capazes de retratar a realidade da fé. Nem mesmo as nossas vontades, esperanças e desejos conseguem representar a fé adequadamente. É preciso todo esse conjunto para realmente termos fé. Todo esse conjunto é como se fosse os instrumentos de uma banda. Ao tocar juntos podemos realmente ver o resultado: a música. Quando todas as partes do nosso ser são exercitadas juntas com o coração para crer em Deus, os vários instrumentos da banda começam a tocar a música. Essa música é a fé.

Quer aprender a usar a fé adequadamente? Sim? Então, saiba: é com o coração que se crê (At 8:37, Rm 10:10), o qual reúne nossos pensamentos, sentimentos e decisões sob a direção do espírito humano. É aí que a banda se reúne e a mais linda das canções pode ser tocada. Use o seu coração, creia e se maravilhe com o som que será produzido; é capaz até mesmo que Deus reconheça esse fato e lhe diga: “Tem bom ânimo, filho, a tua fé te salvou! Vai em paz” (Lc 8:48).

Fonte: https://estiloadoracao.com/orar-de-madrugada-e-melhor-a-oracao-e-mais-forte/

ORAR DE MADRUGADA


Orar De Madrugada É Melhor? A Oração Da Madrugada É Mais Forte?


Todos nós, em algum momento da vida, já ouvimos que orar de madrugada é melhor. Isso pode ser até discutido (considerando a rotina de muitas pessoas), mas a coisa complica quando acompanhada dessa ideia vem a seguinte afirmação: “a oração da madrugada é mais forte, mais poderosa. Deus responde mais rápido”, ou o famoso jargão “de madrugada a fila é menor”.
Mas será que realmente é isso mesmo? De madrugada Deus é mais acessível? Na verdade, esse tipo de pensamento constrói uma espécie de misticismo e faz com que muitos cristãos acabem fazendo papeis de tolos.
Antes de prosseguirmos, quero deixar claro que sou totalmente a favor da oração pela madrugada e quero incentiva-lo a fazer isso, porém da maneira correta e pelos motivos certos.
A oração da madrugada e os textos bíblicos mais utilizados:
Os dois principais textos utilizados para defender esse conceito de “oração forte” estão no livro de Provérbios e no livro de Atos dos Apóstolos. Vejamos rapidamente cada um deles:

Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.


Esse texto é o mais citado e o preferido por quem “cobra” a prática de orar de madrugada. Embora o motivo possa até ser nobre, a abordagem é completamente equivocada. Em nenhum momento o texto fala sobre orar de madrugada, e muito menos que é mais fácil encontrar Deus nesse horário. Alguns vão mais além e ainda afirmam que “se você não ora de madrugada é porque você não ama a Deus”.
Não vou fazer uma análise extensa sobre esse texto, pois isso exigiria uma exposição de alguns capítulos anteriores do próprio livro de Provérbios. Basicamente o princípio fundamental do livro de Provérbios é a exortação em relação à sabedoria, e como sua aplicação é importante em todas as áreas da nossa vida.
O autor também faz um paralelo nos ensinando que a verdadeira sabedoria é divinamente inspirada. No capítulo 8, especificamente, ele faz um esboço onde a própria sabedoria é personificada e, além de vários conselhos sobre sua aplicação e seu valor, também nos é ensinado que a sabedoria está intimamente ligada ao temor do Senhor (v. 13).
O autor mostra que a sabedoria nos guia (v. 1-13) conduzindo-nos ao êxito (v. 14-21). A exposição fica ainda mais profunda quando ele demonstra a participação da sabedoria na criação trabalhando com o próprio Criador como um de seus atributos (v. 22-31).
Sob esse contexto, o verso 17 demonstra que quem age de forma correta e busca a sabedoria diligentemente a encontra. A tradução mais correta do “cedo” (ou madrugada em algumas versões) seria o “buscar de forma diligente” e não o buscar em um horário especifico do dia. Logo, esse texto não tem nada a ver com a oração da madrugada.
Ainda sobre o capítulo 8 de Provérbios, muitos estudiosos interpretam esse texto de forma Cristológica. Não vejo problema com essa interpretação desde que a personificação usada como recurso poético pelo autor seja uma tipificação de Jesus Cristo como a revelação final da sabedoria de Deus, ou seja, isso não significa que a sabedoria personificada e descrita nesse capítulo seja uma referência direta a Jesus, mas que é apenas em Cristo que temos o pleno significado da sabedoria (1Co 1:24,30; Cl 2:2-3).
O próprio Jesus se referiu à sabedoria de Deus de forma personificada em Lucas 11:49. Sendo assim, se interpretarmos o verso 17 como uma relação entre a sabedoria e a graça divina, então o “buscar cedo” deve ser entendido como uma atitude prudente e zelosa com prioridade e prontidão.
O outro texto em Atos dos Apóstolos é o seguinte:

E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.


(Atos 16:25,26)


Esse texto não é tão difícil como o anterior, ao contrário, está bem explicito nele o que realmente ele diz. Paulo e Silas, presos, oravam e cantavam perto da meia-noite, quando ocorreu um terremoto como providencia divina. Nesse evento podemos ver claramente o propósito de Deus na conversão do carcereiro e de sua família (At 16:27-35) e na libertação do apóstolo Paulo e de Silas já durante o dia.
É preciso entender que o terremoto não ocorreu porque eles oraram e cantaram de madrugada, mas ocorreu para cumprir o plano de Deus. Se olharmos para a própria vida de Paulo, após essa prisão, ele foi preso outras vezes, inclusive na última vez condenado a morte.
O interessante é que em mais nenhuma outra prisão houve algum terremoto, e creio fielmente que Paulo também orou e cantou de madrugada nessas ocasiões. Como fica claro, esse é mais um texto que não pode ser aplicado no conceito de que a oração da madrugada é melhor.
Então o que a Bíblia realmente diz sobre orar de madrugada?
Primeiramente, o próprio apóstolo Paulo nos aconselha a “orar sem cessar” (1Ts 5:17). Isso significa que nossa conduta como salvos em Cristo deve ser de permanente comunhão com Deus. Isso não quer dizer que devemos estar o tempo todo em um local adequado com uma postura apropriada orando sem parar, mas que em tudo que fazemos devemos render graças e tendo a certeza de que Deus está conosco a cada instante.
Embora esse deva ser nosso modo de vida, a Bíblia também nos aconselha que devemos orar a Deus dedicadamente em momentos apropriados e reservados (Mt 6:6). Sobre o orar de madrugada também encontramos exemplos bíblicos que nos incentivam a essa prática. Vamos citar dois deles:

  • Jó: a história de Jó nos ensina muitas lições e deve ser um modelo para nós de fidelidade a Deus. Jó também perseverava em oração a favor de seus filhos e orava por eles de madrugada.

Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.
(Jó 1:5)

  • Jesus: nos Evangelhos podemos encontrar Jesus orando em diversas situações, inclusive nos momentos finais antes de sua crucificação, com os discípulos não sendo capazes de ficarem acordados enquanto Ele orava (Mt 26). Porém vamos citar duas referências diretas de Jesus orando de madrugada, sendo que em uma delas Ele orou a noite inteira.

De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava.
(Marcos 1:35)

Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a Deus.
(Lucas 6:12)


Quais os erros que as pessoas cometem? Como devemos orar de madrugada?

  • Super crentes: não é difícil encontrar alguém disparando frases como: “eu oro de madrugada” ou “eu pago o preço nas madrugadas” e até “quer ser usado por Deus? Ore de madrugada”. Fico curioso para saber que tipo de preço se paga orando de madrugada. Para o salvo verdadeiro, orar a Deus, seja qual for o horário (inclusive de madrugada), nunca será pagar preço algum. Não existe base bíblica para dizer que Deus usa mais quem ora de madrugada. Quem age assim está cometendo o mesmo erro dos hipócritas que Jesus descreve em Mateus 6:5. Portanto, não devemos orar de madrugada para nos considerarmos melhores do que quem não ora nesse horário. A oração em nenhum momento deve ser usada para obtermos desempenho diante das pessoas.

  • Oração poderosa: como já pudemos ver, não existe base bíblica para defender que a oração de madrugada é mais forte. Sobre isso, o que a Bíblia diz é que a oração eficaz é aquela feita por um justo com uma fé genuína, e não aquela que é feita em um horário específico (Tg 5:16), pois poderoso é o Deus que ouve e responde a oração do justo.

  • Deus está mais acessível: essa ideia de que Deus responde mais rápido, ou que é mais fácil falar com Deus porque a “fila é menor” de madrugada não tem cabimento algum. Na verdade, o próprio fuso horário derruba essa teoria. Quando oramos devemos ter a certeza que mesmo com milhões de joelhos simultaneamente, Deus escuta os nossos segredos pessoalmente.

  • Impressionando Deus: quem usa a oração da madrugada como uma espécie de sacrifício para poder impressionar a Deus, acredite, está fazendo papel de tolo. O popular “fazer uma pra Deus ver” não funciona. Ele não ficará impressionado com sua capacidade de acordar no meio da noite, nem mesmo se comoverá com sua cara de sono fazendo uma oração após um dia inteiro de trabalho duro. E que diremos dos irmãos que trabalham no período noturno e dormem durante o dia? Eles deveriam levantar talvez ao meio-dia, porque orar de madrugada para eles seria moleza? Sabemos que um coração quebrantado diante Deus é o que Ele não desprezará (Sl 51:17). Se nos dispusermos a levantar de madrugada para orar, que seja simplesmente pelo prazer de falar com Deus, de derramar nossos desejos e inquietudes diante dEle, e buscarmos uma intimidade não por sacrifícios, mas por pura gratidão. Ainda assim não O impressionaremos, ao contrário, somos nós quem ficaremos impressionados com quão bom é nos deleitarmos em uma vida de oração a Deus.
Para concluir, com certeza a oração é fundamental na vida do cristão, seja qual for a hora do dia em que ela for feita. Em muitos casos a oração da madrugada é o único momento que algumas pessoas têm de orar a Deus, isso devido a um dia intenso e corrido, e pela falta de privacidade dentro da própria casa, como por exemplo, em famílias que apenas um membro é cristão. De madrugada é mais tranquilo e silencioso e, além do sono, talvez mais nada dispute a sua atenção.

Porém, como já ressaltamos, não podemos encarar esse período de oração na madrugada como algo místico e superior aos outros horários do dia. Se isso for feito de maneira errada, acredite, você agradará mais a Deus calado e aproveitando minutos preciosos de sono dormindo, do que fazendo papel de tolo com uma oração vazia e sem fundamento. Porém, se fizer da maneira certa e entender que esse é simplesmente mais um momento de comunhão sincera com Deus como qualquer outro, então o único perigo que você corre é o de ser abençoado. Lembre-se: o poder está no Deus que ouve a oração sincera, e não no horário em que a oração é feita.


Fonte: https://estiloadoracao.com/orar-de-madrugada-e-melhor-a-oracao-e-mais-forte/