Você se Alegra Com a Alegria Do Seu Próximo?
Que Deus nos afaste
deste sentimento tão danoso que é a inveja.
O inglês Morrissey, ex-vocalista da festejada banda The Smiths,
é considerado um dos maiores letristas do rock e ele tem uma música de sua
carreira-solo chamada “We Hate our Friends When They Become Sucessful”, sendo
que este título pode ser traduzido como “Nós Odiamos Nossos Amigos Quando Eles se
Tornam Bem-Sucedidos”.
O
que me chama a atenção na letra desta música é a fina ironia que ele utiliza
para mostrar como em nossos relacionamentos é tão comum mostrarmos até
solidariedade pelo nosso próximo nos momentos de sofrimento, de dor que ele
está passando, se somos pessoas que sentem empatia pelos outros.
Porém,
quando nosso irmão alcança uma felicidade, uma grande alegria, uma conquista há
muito almejada, muitas vezes a inveja e o mal-estar toma conta de nós. Ou estou
exagerando?
Por
exemplo, quando esse amigo consegue comprar aquele imóvel e/ou veículo há muito
sonhado ou consegue aquele emprego tão concorrido e nós, não. Ou quando eu,
solteiro, vejo aquele meu amigo de infância casando-se e em vez de me alegrar,
de fato, com ele, um sentimento de desesperança toma conta da minha vida.
Daí
eu achar tão difícil colocar, verdadeiramente, em prática, aquilo que o
apóstolo Paulo nos fala em Romanos 12:15: Alegrarmos com os que se alegram. E
por que penso assim?
Infelizmente,
dentro de nós habita o pecado, a carne, e uma de suas manifestações mais
pujantes desta realidade é a inveja, talvez o único pecado que ninguém tenha
coragem de admitir em público.
A
inveja é como nos diz o filósofo e orador romano Cícero: a inveja é a amargura
que se sofre por causa da felicidade alheia. E, penso que a inveja tem uma irmã
siamesa: a necessidade que temos de sermos reconhecidos.
E
isso acontece porque, como bem fala o pastor Timothy Keller, em seu livro EGO,
uma das características mais marcantes do ego do ser humano é ser ele vazio,
necessitando a todo tempo viver em um cansativo sistema de comparação com
outras pessoas, que não tem fim e pronto para gerar mágoas e dores interiores.
Assim,
até aquele momento em que as pessoas do nosso convívio não nos “ameaçam”, na
nossa ótica, por estarem com problemas mais graves do que os nossos, ou
passando tragédias nas suas vidas, tudo bem.
Agora,
quando ocorre exatamente o contrário e alguns começam a se destacar mais do que
nós, aí ficamos “doentes” por dentro, ainda que não tenhamos a capacidade de
admitir isso.
Neste
contexto, é algo perturbador o que já vi em algumas reuniões de orações. A
pessoa pede uma oração por um problema que está passando em sua vida, e nós, de
forma, às vezes, hipócritas, invocamos o nome de Deus para que Ele aja ali na
vida do irmão, para logo, em seguida, sair espalhando para outras pessoas, as
mazelas ouvidas, sentindo até um prazer ao fazer isso.
Interessante
é que muitas vezes não temos a mesma disposição demonstrada no que cito acima,
de sair contando para outros irmãos, quando ouvimos das bênçãos, vitórias e
sucesso que ouvimos do nosso próximo.
A
Bíblia é riquíssima em histórias de como a inveja causou tragédias sem fim.
Pegue a história do Rei Saul que invejava o Rei Davi (1 Samuel 18), este que
invejava o seu próprio soldado por ser casado com a bela Bate-Seba, os irmãos
de José que o venderam por ser o preferido do pai (Gênesis 37), etc.
Concluindo,
temos que estar dia-a-dia buscando em Deus a renovação da mente para que nos
afaste deste sentimento tão danoso como é a inveja, pois ela faz das nossas
vidas um vale de ossos secos, apodrecendo-os (Provérbios 14:30), além de trazer
confusão e toda espécie de coisas ruins (Tiago 3:16).
Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/voce-se-alegra-com-alegria-do-seu-proximo/
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