Tema:
“RECONCILIAÇÃO,
JUSTIFICAÇÃO
E
REGENERAÇÃO”
Texto
Áureo
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (João 3.16)
Texto
Bíblico Básico
(2
Coríntios 5.18 -20; Romanos 5.1,2,8,9; 1 Pedro 1.3)
OBJETIVOS
ü Compreender: Os significados bíblicos
de reconciliação; justificação e regeneração;
ü Saber: Quais são as diferenças e
as semelhanças observadas entre esses três aspectos doutrinários;
ü Conhecer: A importância para a fé e
para vida cristã desses três conceitos teológicos.
Introdução: - Sobre a reconciliação,
John Stott, no livro A Cruz de Cristo, citou Peter O’Brien (missiólogo e
teólogo australiano), que afirmou: A pressuposição é que a unidade e a harmonia
do cosmo sofreriam um deslocamento considerável, até mesmo uma ruptura,
requerendo assim a reconciliação.
O
teólogo cristão, Eduardo Joiner (sec. 19), a respeito da justificação, disse
que se trata de um termo legal, composto por três diferentes palavras: justo,
ficar, e ação. Justo quer dizer reto, ou em conformidade com a lei. Desta
forma, entende-se por justificação o ato por meio do qual alguém se torna justo
perante a lei.
A
regeneração, por sua vez, é a obra que o Espirito Santo opera na vida do
cristão, por meio da qual ele experimenta uma mudança que engloba todo o seu
ser.
I. RECONCILIAÇÃO
Imagine dois amigos que têm uma briga ou argumento. O bom
relacionamento que eles tinham agora está tenso ao ponto de chegar bem perto de
um rompimento. Eles pararam de falar um com o outro; a comunicação está muito
estranha. Os amigos gradualmente se tornam como estranhos um ao outro. Essa
separação só pode ser revertida por reconciliação. Reconciliar é restaurar a
amizade ou harmonia. Quando velhos amigos resolvem suas diferenças e restauram
seu relacionamento, a reconciliação ocorreu.
2
Coríntios 5:18-19 declara: “Ora, tudo
provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu
o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou
a palavra da reconciliação.”
A Bíblia diz que Cristo nos reconciliou com Deus (Romanos
5:10; 2 Coríntios 5:18; Colossenses 1:20-21). O fato de que
precisávamos de reconciliação significa que nosso relacionamento com Deus
estava quebrado. Já que Deus é santo, a culpa era toda nossa. Nosso pecado nos
separou de Deus. Romanos 5:10 diz que éramos inimigos de Deus: “Porque, se nós,
quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho,
muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”
Quando Cristo morreu na cruz, Ele satisfez o julgamento de Deus e tornou possível que os inimigos de Deus fizessem as pazes com Ele. Nossa “reconciliação” com Deus, então, envolve o exercício de Sua graça e o perdão de nosso pecado. O resultado do sacrifício de Jesus é que o nosso relacionamento mudou de inimizade para amizade.
“Já não vos chamo servos.... Mas tenho-vos chamado amigos”
(João 15:15). Reconciliação
Cristã é uma verdade gloriosa! Éramos inimigos de Deus, mas agora somos Seus
amigos. Estávamos em um estado de condenação por causa de nossos pecados, mas
agora somos perdoados. Estávamos em uma situação de guerra com Deus, mas agora
temos paz que ultrapassa todo o entendimento (Filipenses 4:7). “Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”
(Romanos 5:1).
1.1 – A
reconciliação: autoria e iniciativa de Deus
Quando o homem pecou, levantou-se uma barreira entre
ele e Deus, surgindo uma inimizade entre os dois. Deus se ira com o pecado e o
homem, com sua consciência manchada, tem medo e até ódio do seu próprio
Criador. Mas Deus provou o Seu amor para conosco, mandando Seu Filho para tomar
nosso lugar e morrer como nosso divino substituto, sofrendo aquilo que nós deveríamos
sofrer (Romanos 5:7-9). Deus fez tudo isso para acabar com a inimizade entre
Ele e o homem, “fazendo as pazes”. Isto se chama “reconciliação”
(Romanos 5:10; II Coríntios 5:18-21; Colossenses 1:20-23; Efésios 2:11-18).
Isso
tudo significa que Deus agora se encontra inteiramente disposto a perdoar e a
receber qualquer pecador rebelde que esteja disposto a chegar-se arrependido,
dependendo de Cristo para obter o seu perdão.
A
Reconciliação portanto tem dois aspectos: do lado divino, Deus já está reconciliado
com os homens pela morte de Cristo. Do lado humano, resta apenas o homem se reconciliar,
isto é, aceitar este perdão oferecido!
Mais
uma vez constatamos o amor e a grande misericórdia de Deus em providenciar, Ele
mesmo, tudo para a nossa salvação.
Antes da Reconciliação
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Bênçãos Decorrentes da Reconciliação
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Referências
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Ruina
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Salvação
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Rm 5.8,9
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Pecado
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Justiça
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Rm 5.12,15,18,
21
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Morte
|
Vida Eterna
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Rm 5.12,16,17,21
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Separação de
Deus
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Relacionamento
com Deus
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Rm 5. 11,19
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Desobediência
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Obediência
|
Rm 5. 12,19
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Morte do Corpo e
da Alma
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Corpo
Incorruptível, vida Eterna
|
1 Co 15. 42-52
|
II. JUSTIFICAÇÃO
É a
mudança de posição externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para
justificado. Pela justificação passamos
a pertencer aos justos. Justificação é o
tempo passado de nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual.
2.1. Justificação – Significado e uso
O
vocábulo justificação traduz a palavra grega dikaios, que não significa que alguém é justo ou reto, e,
sim, que alguém é declarado justo ou reto.
É o ato
judicial de Deus, em que Ele declara reto ou justo o pecador, como se jamais
ele houvesse pecado, removendo ou anulando a condição do pecado, e restaurando
o homem perante Deus (Jo 3.17,18; 5.24; Rm 1.17; 8.1,2,30).
2.2. Justificação por meio da fé
Na
carta aos Romanos o apostolo Paulo desenvolve a ideia de como o homem pode
tornar-se justo aos olhos de Deus. E, do princípio ao fim, concluiu que a
justificação não é pelas obras, e, sim, pela fé (Rm 1.17; 3.28).
2.3. Os Efeitos pela Justificação pela
fé
O primeiro deles é que por meio dela fomos
resgatados da maldição da Lei, que afirma que é maldito de Deus todo aquele que
não cumpre perfeitamente todos os Seus mandamentos; por conseguinte, somos
livrados também da ira de Deus contra o pecado.
Enquanto o homem não é justificado, Deus permanece
em guerra com ele. Mas, uma vez justificado, a guerra termina, porque é
reconciliado com Deus por meio de Jesus, de maneira que se diz que agora
desfruta de paz com Ele, em vez de se encontrar sujeito à Sua ira que se
manifestaria certamente no dia do juízo, sujeitando-o a uma condenação eterna.
Por meio da justificação o cristão passa a
participar da graça do evangelho, na qual estará firmemente seguro por causa da
obra perfeita de redenção que foi feita em seu favor por Jesus.
Isto significa, que ainda que venha a decair da
graça, pela prática de pecados eventuais, esta queda nunca será numa forma
final e definitiva, porque foi transformado em filho de Deus, por meio da
justificação.
É a justificação que abre também para nós a
esperança firme e segura de que participaremos da glória de Deus, como Paulo
afirma no verso 2.
Mas, os efeitos da justificação não param por aí,
porque uma vez sendo transformados em filhos de Deus, passamos a contar com a
assistência da graça, a qual nos fortalece e ampara nas tribulações, pelas
quais a nossa fé é colocada à prova, para que possamos crescer.
De maneira que isto não é motivo de tristeza, mas
para se dar glória a Deus, porque prova que de fato nos tornamos Seus filhos, e
que agora estamos sendo aperfeiçoados por Ele através das tribulações, para que
aprendamos a perseverança, a experiência e a esperança.
III. REGENERAÇÃO
É a
mudança de condição do pecador: de servo do pecado para filho de Deus. A regeneração é tão seria diante de Deus, que
a Bíblia chama-a de “batismo em Jesus” (1 Co 12.13; Gl 3.27; Rm6.3). Trata – se de um ato interior, dentro do indivíduo,
abrangendo também todo o seu ser. É novo
nascimento (Jo 3.5). Mediante a
regeneração somos chamados “filhos de Deus” (Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).
3.1. A regeneração é obra de Deus
A
verdade da condição sem esperança do homem implica que esse renascimento ou
regeneração2 não pode ser estabelecido por alguma obra do homem ou pelo poder
da vontade do homem. Essa impossibilidade já está implícita no termo
renascimento ou regeneração. Assim como nenhum homem pode ser a causa eficiente
do seu nascimento natural da carne, tampouco pode ser a causa eficiente do seu
segundo nascimento ou concepção espiritual. O homem não pode renovar a si
mesmo.
Isso
está implícito também na condição natural do homem. Quando ele ama as trevas e
não a luz (João 3:19), ele certamente não fará nenhuma tentativa de vir para a
luz. Antes, ele evitará, desprezará e odiará a luz. Quando por natureza está em
tal condição que não pode ouvir a palavra de Cristo, por sua própria surdez ele
está certamente excluído de todas as influências externas que poderiam
induzi-lo a entrar no reino de Deus. Quando a mentalidade da carne, com a qual
o homem nasce por natureza, é sempre inimizade contra Deus, de forma que ele
não pode se submeter à lei de Deus, sim, não pode se sujeitar a essa lei (Rm.
8:5-7), é claro que seu coração estará fechado contra a influência do amor de
Deus em Cristo Jesus. Para o homem natural não existe nenhuma esperança de
melhora ou reforma no caminho da educação, no caminho de um exemplo melhor, ou
no caminho de exercer-se na disciplina da virtude externa. Dessa forma, ele
nunca entrará no reino de Deus.
Mas Deus, que é riquíssimo
em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos
em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois
salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo Jesus (Ef. 2:4-6).
O que
é impossível para os homens é possível para Deus (Lucas 18:27). Ele é capaz de
criar no homem um coração puro e renovar nele um espírito reto (Sl. 51:10). Ele
é capaz de circuncidar o coração do seu povo e sua semente, para que amem o
Senhor Deus deles com toda a sua existência e vida (Dt. 30:6). Ele é capaz e está
disposto a dar-lhes um coração para conhecerem ao Senhor; eles então serão o
seu povo, e ele será o Deus deles. Eles se voltarão para ele de todo o coração
(Jr. 24:7).
Ele
está disposto a dar-lhes um coração e colocar um espírito novo dentro deles. Ele
tirará o coração de pedra deles e lhes dará um coração de carne, para que
possam andar nos seus estatutos e guardar as suas ordenanças.
3.2.
A natureza da regeneração
A
regeneração é o ato divino que concede ao penitente que crê uma vida nova e
mais elevada mediante união pessoal com Cristo. O Novo Testamento assim
descreve a regeneração:
(a) Nascimento. Deus
o pai é quem "gerou", e o crente é "nascido" de Deus (1
João 5:1), "nascido do Espírito" (João 3:8), "nascido do
alto" (João 3:3,7). Esses termos referem-se ao ato da graça criadora que
faz do crente um filho de Deus.
(b) Purificação. Deus
nos salvou pela "lavagem" (literalmente, lavatório ou banho) da
regeneração". (Tito 3:5.) A alma foi lavada completamente das imundícias
da vida de outrora, recebendo novidade de vida, experiência simbolicamente
expressa no ato de batismo.
(c) Vivificação.
Somos salvos não somente pela "lavagem da regeneração", nas também
pela "renovação do Espírito Santo" (Tito 3:5; Col. 3:10; Rom. 12:2;
Ef. 4:23; Sal. 51:10). A essência da regeneração é uma nova vida concedida por
Deus Pai, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo.
(d) Criação.
Aquele que criou o homem no princípio e soprou em suas narinas o fôlego de
vida, o recria pela operação do seu Espírito Santo. (2 Cor. 5:17; Ef. 2:10; Gl
6:15; Ef 4:24; vide Gên. 2:7.) O resultado prático é uma transformação radical
da pessoa em sua natureza, seu caráter, desejos e propósitos.
(e)
Ressurreição. (Rom. 6:4,5; Col. 2:13; 3:1; Ef 2:5, 6.) Como Deus vivificou
o barro inanimado e o fez vivo para com o mundo físico, assim ele vivifica a
alma em seus pecados e a faz viva para as realidades do mundo espiritual. Esse
ato de ressurreição espiritual é simbolizado pelo batismo nas águas. A
regeneração é "a grande mudança que Deus opera na alma quando a vivifica;
quando ele a levanta da morte do pecado para a vida de justiça"
CONCLUSÃO - Muito mais que doutrinas
bíblicas, a reconciliação, a justificação e a regeneração são aspectos
interligados do grande milagre operado no ser humano: a salvação.
Essa
tríade teológica constitui-se na maior demonstração do afeto divino, pois
Aquele que nos amou primeiro ofereceu Seu único Filho para nos dar vida.
Gloria,
pois, ao Senhor dos céus e da terra, que nos reconciliou com Ele, em Cristo,
fazendo-nos justo; e que reconstituiu, dia a dia, os pedaços que nos são
arrancados pelo pecado, promovendo no ser uma continua e ininterrupta
regeneração por intermédio do Espirito Santo.
Aula Elaborada pela Diaconisa:
Cintia
Santiago da Silva
Professora da ADMEP
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