Assembleia de Deus
Ministério Ensinando a Palavra
Departamento de Escola Bíblica Dominical
O TRABALHO E ATRIBUTOS DO
GANHADOR DE ALMAS
Texto
Áureo
“Mas tu sé sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze
a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. ”
(2 Timóteo 4.5)
Verdade
Prática
A Missão do evangelho é falar de Cristo a todos, em
todo lugar e tempo, por todos os meios possíveis.
Introdução: - Ganhar almas é tarefa de todo o discípulo de Cristo. Nesse sentido,
todos somos evangelistas. Todavia não podemos esquecer o obreiro chamado por
Deus para exercer esse ministério de maneira mais enfática. O evangelista é um
precioso dom de Cristo à sua Igreja. Sem o ministério da proclamação, o
evangelho teria morrido em Jerusalém. Mas, por intermédio de obreiros como
Filipe, a mensagem da cruz, ultrapassando as fronteiras da Judeia, chegou a
Samaria. E, desse recanto gentio tão desprezado, as Boas-Novas não demoraram a
chegar aos confins da Terra.
O evangelista assemelha-se ao bandeirante que, jamais temendo o
desconhecido, sai a falar de Cristo aos povoados mais remotos e estressantes. O
seu retomo, porém, é jubiloso. De maneira sacrifical, apresenta preciosas almas
ao Senhor. Seja falando a uma única pessoa, seja pregando às multidões, o seu
amor pelos que perecem é o mesmo. Proclamar o evangelho é a sua missão.
Neste capítulo, enfocaremos o evangelista como o agente das Boas-Novas.
Veremos que ele é essencial à expansão do Reino de Deus. Paulo destaca o seu
ministério como um dos mais importantes da Igreja. Ele é o semeador que saiu a
semear.
OBJETIVOS GERAIS
Compreender o real significado da missão de evangelista.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Compreender que o
evangelista é um ganhador de almas.
Mostrar os atributos
de um evangelista.
Saber em que
consiste o trabalho de um evangelista.
I.
EVANGELISTA, GANHADOR DE ALMAS
Se a nossa principal missão é ganhar almas, é
inadmissível uma igreja desprovida de evangelistas. Sem esse ministério, a
igreja definha e perde a sua mais preciosa razão de ser.
Definição. A palavra “evangelista” provém do vocábulo
grego euaggelistês, e significa aquele que traz boas-novas. Trata-se de
um termo que, usado na Grécia Clássica, designava o que portava uma notícia
agradável. Em suma, era o mensageiro do bem. A partir da fundação da Igreja de
Cristo, no Pentecostes, a palavra passou a designar aquele que proclama o
evangelho.
"Euaggelizo"
refere-se ao ministério e significa anunciar boa notícia ou boas novas.De JESUS - Lucas 4.18
1. O evangelista no Antigo Testamento. A palavra
hebraica que designa o portador de Boas-Novas é basar, que, entre outras
coisas, significa mensageiro e pregador (Is 40.9; 52.7). Em hebraico, a palavra
evangelho é besorah, que também significa boas notícias, a exemplo de sua
congênere em língua grega.
ð Os patriarcas evangelizaram. Abraão foi o primeiro santo do Antigo Testamento a ser
agraciado com o título de profeta (Gn 20.7). Apesar de não possuir o encargo de
Isaías, nem a missão de Ezequiel, o patriarca, por meio de um testemunho
corajoso e monoteísta, mostrou aos cananeus a realidade do Deus Único e
Verdadeiro.
ð Os
profetas evangelizaram. Ainda que Isaías seja cognominado o evangelista do Antigo Testamento,
quem mais se aproximou do exercício desse ministério foi Jonas. Intimado por
Deus a proclamar um severíssimo juízo contra Nínive, o profeta, apesar de sua
relutância inicial, fez-se evangelista e missionário. Ao chegar à grande
cidade, percorreu-a durante todo um dia, com uma mensagem simples, mas eficaz:
“Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4). Os profetas ao anunciarem
o juízo de Deus, sempre tinham também a palavra da esperança do Reino, o
anúncio de boas novas.
ð Os reis evangelizaram. Apesar de nem todos os reis de Israel serem recomendáveis, alguns deles,
como Davi, Salomão e Ezequias, muito fizeram pelo anúncio da Palavra de Deus
entre os gentios. Nos dias de Salomão, muitos potentados estrangeiros deixavam
suas terras para ouvir o sapientíssimo rei de Israel. E, ali, na corte hebreia,
glorificavam o Poderoso de Jacó.
2. O evangelista em o Novo Testamento. Na Igreja
Primitiva, o primeiro discípulo de Cristo a receber o título de evangelista foi
o diácono Filipe (At 21.8). Se o ministério
diaconal foi constituído formalmente por um concílio, o evangelístico não
precisou de formalidade alguma para sobressair. Os dois primeiros evangelistas
da Igreja Primitiva, a propósito, surgiram dentre os sete diáconos. Logo após
ser consagrado ao diaconato, Estêvão começou a destacar-se como evangelista.
Sua palavra fez-se tão irresistível, que levou o clero judaico a condená-lo à
morte traiçoeiramente (At 8.1,2).
3. O ministério de evangelista não
está listado com os outros dons ministeriais em 1 Coríntios 12:28 como está em
Efésios 4:11. Contudo, podemos subentender que a referência aos que “realizam
milagre, os que têm dons de curar” se aplica ao cargo de evangelista, já que
caracterizavam o ministério evangelístico de Filipe e dariam autenticação
sobrenatural ao ministério de qualquer evangelista.
4.
O evangelista na era da Igreja Cristã. A História
da Igreja Cristã mostra que, em todos os reavivamentos, o Espírito Santo
destaca a evangelização como o principal evento da igreja. Haja vista o
ministério de Wesley, Daniel Berg, Gunnar Vingren e Bernhard Johnson. Ore para
que o Senhor da Seara continue a despertar a Igreja a um novo avanço
evangelístico.
II.
ATRIBUTOS DE UM
EVANGELISTA
1. Amor pelas almas. “ ... Fiz-me
tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (1Co 9.22).
Consideremos:
ð O amor no
coração de Deus “porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3.16).
ð O amor no
coração de Jesus “e,
vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e
errantes como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36). Vejamos:
·
Amor
ao leproso (Mc 1.41);
·
Amor
aos cegos (Mt 20.34);
·
Amor
à viúva de Naim (Lc 7.13);
·
Amor
a Jerusalém (Mt 23.37);
·
Amor
às multidões (Mt 14.14; 15.32).
ð O amor no coração dos apóstolos “e os
apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do senhor
Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). Vejamos:
ð
O
amor de Paulo (At 20.23; 21.13; Rm 9.1-3; 10.1; 1 Co 9.16-23);
ð
O
amor de Pedro e João (At 3.1-8; 4.1,2,8,18-21).
4. O amor no coração da igreja “mas os
que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8.4);
“e os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão
caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando.”
Conhecimento da palavra de Deus. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15); “então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O conhecimento da Palavra de Deus é um dos requisitos importantes do ganhador de almas.
Conhecimento da palavra de Deus. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15); “então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O conhecimento da Palavra de Deus é um dos requisitos importantes do ganhador de almas.
·
Ele
deve ser instruído na Palavra (1Tm 4.6);
·
Saber
as Sagradas Escrituras (2Tm 3.16);
·
Guardá-las
no coração (Sl 119.11).
O conhecimento nos torna fortes, pois
nos capacita a utilizar no tempo certo a Espada do Espírito, que é a Palavra de
Deus (Ef 6.17), de modo que possamos vencer os ataques de Satanás (Mt
4.1-11). Quando o crente tiver esse conhecimento, será “ ... Poderoso nas
escrituras” (At 18.24) e também na sua missão de ganhar almas (2Tm 4.2),
pois os pecadores não poderão resistir ao poder da palavra (At 6.10).
Somente quando possuir
conhecimento da Palavra é que o ganhador de almas poderá levá-las a Jesus,
“... Mostrando
pelas Escrituras que [ele é] o Cristo” (At 18.28).
ð Convicção da
salvação (Rm 8.16; Jo 6.69). O crente tem que ter convicção
de sua salvação. Sabe que tem a vida eterna (Jo 3.36; 5.24; 6.47; 1Jo
5.11). Sabe que foi salvo (2Tm 1.9; Tt 3.5). Sabe que seus pecados foram
perdoados (Ap 1.5). Sabe que não está mais debaixo da condenação (Rm 8.1),
nem da ira (Jo 3.36), nem do temor da morte (Hb 2.14,15), nem do domínio
de Satanás (Ef 2.2), nem da vontade da carne e dos seus próprios
pensamentos (Ef 2.3). Sabe em quem tem crido (2Tm 1.12). Sabe que é filho
de Deus (1Jo 3.2), que passou da morte para a vida (1Jo 3.14), que é da
verdade (1Jo 3.19), que é de deus (1Jo 4.6) e que Deus está em sua
vida (1Jo 3.24). Sabe também que será arrebatado ao céu (1Ts 1.17),
que verá Jesus e será semelhante a ele (1Jo 3.2), e que estará para sempre
com o Senhor nos céus (1Ts 4.17), onde também seu nome já está escrito (Lc
10.20). Somente quem tem a
certeza de tudo isso é que poderá fazer alguma coisa em prol das almas
perdidas.
Cheio do Espírito Santo (Zc 4.6). Ser cheio do Espírito Santo é de suma importância para o ganhador de almas:
1. O Espírito Santo capacita o crente somente ele:
·
Convence
do pecado (Jo 16.8-11);
·
Revela
a verdade à mente e ao coração (Jo 16.13);
·
Revela
Cristo ao coração (Jo 16.14);
·
Regenera
o pecador (Tt 3.5-7);
·
Opera
o novo nascimento (Jo 3.5-8);
·
Testifica
da salvação (1Jo 3.24; 5.8-11).
2. Ao fato de que o Espírito Santo prepara o
crente:
·
Guiando-o
em toda a verdade (Jo 16.13);
·
Ensinando-o
o que falar (Lc 12.12);
·
Lembrando-o
da palavra (Jo 14.26);
·
Ajudando-o
nas fraquezas (Rm 8.26; 2Co 3.5,6);
·
Ajudando-o
a orar como convém (Ef 6.18; Rm 8.26);
·
Dando-lhe
autoridade para falar (At 4.33);
·
Capacitando-o
a falar com convicção (At 2.36-38).
É necessária obediência para
desfrutarmos da presença do Espírito Santo (At 5.32). Somente assim receberemos
a direção de Deus para o trabalho, como ocorreu com Filipe (At 8.28,29,35)
e com Pedro (At 10.19).
Viver o que prega. “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? ” (Rm 2.21,22).
Ser irrepreensível para não ficar reprovado. “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Co 9.27). “Como fonte turva e manancial corrupto, assim é o justo que cai diante do ímpio” (Pv 25.26). Portanto, “... Purificai-vos, vós que levais os utensílios do senhor” Is 52.11).
III. O
TRABALHO DE UM EVANGELISTA
Proclamação do Evangelho. Para se proclamar o evangelho de Cristo com eficácia,
requer-se, antes de tudo, uma experiência real e marcante com o Cristo do
evangelho. Além disso, deve o evangelista aprofundar-se no conhecimento de
Deus, a fim de apresentar em sua inteireza, tanto ao mundo quanto à Igreja,
todos os desígnios divinos. Foi o que Paulo declarou ao presbitério de Éfeso:
“Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos;
porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.26,27). O
evangelista, embora proclame uma mensagem simples e direta, não há de
conformar-se com uma teologia rasa. Antes, aprofundar-se-á na Palavra da
Verdade, para que venha a manuseá-la com destreza e oportunidade (2Tm 2.15). Sua mensagem, portanto, será simples,
mas jamais simplória, porquanto Deus o chamou a falar a judeus e a gregos, a
sábios e a ignorantes, a servos e a livres.
ð Apologia da fé cristã. A proclamação
do Evangelho compreende igualmente a apologia da Fé Cristã (Fp 1.15,16). Escrevendo aos Filipenses, Paulo abre-lhes o coração, e
mostra-lhes ter sido chamado não somente a proclamar o evangelho, como também a
defendê-lo (Fp 1.7). Os
últimos capítulos de Atos mostram como Paulo, além de anunciar Cristo, soube
como defender a esperança evangélica diante das autoridades judaicas e romanas.
Destacamos, outrossim, o seu discurso no Areópago de Atenas (At 17).
· A apologia de Paulo era diferente
da nossa; era viva, dinâmica e relevante. Ele não se afadigava a provar a
existência de Deus, pois todos, de uma forma ou de outra, sabiam que o Criador
existia, pois, a sua presença na criação é inegável. Antes, mostrando a
relevância da mensagem da cruz aos gregos e romanos, o apóstolo deixava-lhes
bem patente que Deus não somente existe, mas intervém na História do universo e
na biografia de cada ser humano.
· Paulo não se limitou a
denunciar-lhes o pecado; em Jesus Cristo, apontou-lhes o caminho da pureza e da
justificação pela fé.
Em sua apologia, Paulo perfazia um caminho inverso do nosso. Nós defendemos
o evangelho de modo raso e periférico. Ele, porém, advogava-o de forma
essencial, mostrando-lhe o poder e a graça transformadora.
ð Integração do novo convertido. O trabalho de um evangelista não se resume em trazer alguém à luz de
Cristo, mas também acompanhar o novo crente, até que este venha a iluminar o
mundo com o seu testemunho. Se, num primeiro momento, o evangelista é o amoroso
obstetra, no seguinte, ele haverá de ser o pediatra atento à evolução do
convertido. O objetivo principal do discipulado é formar autênticos seguidores
de Cristo. A partir daí, teremos cristãos testemunhais e exemplares. Mas, se
não dermos importância à formação espiritual dos que recebem a Cristo,
encheremos a igreja de crentes vazios, deficientes e rasos na fé. É o que vem
ocorrendo em muitos arraiais que, tidos como evangélicos, das ovelhas querem
apenas a gordura e a lã.
ð Fortalecer
a Igreja. O evangelho não deve ser pregado apenas ao mundo. Às vezes, temos de
anunciá-lo também à Igreja. Era o que Paulo pretendia fazer, ao anunciar a sua
visita aos Romanos: “E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos
anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma” (Rm 1.15). Depreende-se que os
irmãos de Roma, apesar de sua sinceridade, ainda não haviam compreendido, plenamente,
a origem, o processo e a efetivação da fé salvadora em Jesus Cristo. Por isso,
era urgente que o apóstolo descesse aos alicerces do Plano da Salvação, para
que eles viessem a subir aos andares mais elevados do conhecimento divino. Assim
como o pastor tem de fazer o trabalho de um evangelista, deve o evangelista,
por seu turno, empenhar-se pastoralmente na edificação doutrinária das ovelhas.
Hoje, mais do que ontem, os evangélicos, até mesmo os de igrejas tradicionais e
históricas, carecem de fundamentos doutrinários.
ð Desenvolver
Teologia. O
evangelista, à semelhança do apóstolo, também foi constituído a fazer teologia,
pois sem teologia a evangelização é impossível. Em sua primeira carta ao jovem
Timóteo, faz-lhe Paulo um resumo de seu currículo: “Para o que (digo a verdade
em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos
gentios, na fé e na verdade” (1Tm 2.7). Uma coisa é fazer teologia entre os
teólogos. Outra, é teologizar entre os inimigos de Deus. Mas é justamente nesse
ambiente hostil, e cercado de falsos silogismos e lógicas aparentes, que o
evangelista é intimado a expor o tema prioritário da verdadeira teologia: Jesus
Cristo e este crucificado. Foi o que Paulo fez ao evangelizar os gregos. O
evangelista é o teólogo ambulante, cuja missão é proclamar o evangelho completo
de Cristo. Isso significa fazer a mais alta, a mais profunda e a mais bela
teologia, pois a mensagem da cruz possui todas essas características.
Conclusão: -Amar sem reservas a pessoa toda e não economizar esforços para
alcançá-la em todas as esferas da sua existência é a razão da vida de todo
evangelista. Este é o portador das Boas Novas, o arauto do Reino de Deus numa
sociedade dominada pelas ideias e cosmovisões que afrontam o propósito do
Altíssimo para a humanidade. Amar, amar,
amar.... É a palavra-chave do evangelista!
Aula
Elaborada pelo Professor,
José Fábio
Pra. Maria Valda |
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