O bezerro de ouro nosso de cada dia
“…Mas
vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e
disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a
este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
sucedeu.
E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão.
E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito…”
Êxodo 32.1-4
“…E Moisés perguntou a Arão: Que te tem feito este povo, que sobre
ele trouxeste tamanho pecado? Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu
senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; E eles me disseram: Faze-nos
um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés,
a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem
ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro…”
Êxodo 32:21-24
O texto acima registra a sexta vez que Moisés sobe ao
monte Sinai para um encontro com Jeová. Os sacerdotes, bem como os anciãos de
Israel já estavam cientes de que, como das outras vezes, o Senhor, por
misericórdia e graça, falaria com o homem e este não morreria. É verdade que o
povo escolhido já demonstrara repulsa em ouvir Deus falar, como registrado em
Êxodo capitulo 20.18-19: “E todo o povo viu os trovões e
os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso
retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e
ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos. ”
A “demora” de Moisés em retornar do Sinai trouxe uma
enorme inquietação entre os judeus, ao que procuraram o sacerdote Arão para que
materializasse os desejos carnais de todos para celebrar uma grande festa em
homenagem ao deus que os tirara do Egito. Lembremo-nos que Israel permaneceu
quatrocentos e trinta anos na terra dos faraós e tiveram contato e foram
imersos em tudo o que concernia a cultura de lá, inclusive a religiosa. Arão,
então, mesmo tendo ciência que Deus não pode ser reproduzido, por pressão
popular, esculpiu um “deus” exatamente conforme estava acostumado a ver na
terra da servidão, um Bezerro de Ouro (Boi Ápis – símbolo da força e da
fecundidade, que era cultuado no Egito, nomeadamente em Mênfis, desde a
primeira dinastia).
Esta
divindade era bem conhecida entre os egípcios e seu culto estava ligado a toda
a licenciosidade, erotismo, prostituição e lascívia. Para dar um tom de
sacralidade Arão a esculpe em ouro puro com o buril. Para produzi-lo ele
arrecada os pendentes de ouro que usavam nas orelhas, algo que servia como um
artefato de embelezamento, completamente voltado às enfermidades de suas almas
idolátricas. Como que se a imagem a ser construída fosse uma projeção de si
mesmos.
Quando Moisés retorna ao acampamento e ouve a gritaria e
uma multidão dançando nua ao redor da estátua ele fica transtornado, lança as
tábuas da Lei por terra e vai questionar seu irmão Arão, o Sumo Sacerdote, o
motivo de tamanha loucura.
Arão, com o maior cinismo diz: “E
eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o
que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então
eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e
saiu este bezerro. ” Êxodo 32.23,24
Por mais que tentemos justificar Arão concluiremos que sua
atitude é injustificável. Ele tinha uma grande responsabilidade espiritual
diante do povo e fracassa em cumpri-la. Arão jamais poderia ter cedido às
pressões dos rebeldes.
Ele mente descaradamente quando diz que jogou os pendentes
arrecadados no fogo e, como em um passe de mágica, eles se transformam em um
bezerro. Foi Arão quem deu forma ao bezerro, ele simplesmente moldou,
exteriorizou aquilo que estava dentro de si. O bezerro sempre esteve
interiorizado no Sumo Sacerdote. Estava latente dominando sua alma. O símbolo
da lascívia, prostituição, carnalidade, impureza estava alojado dentro do irmão
de Moisés e é triste constatar que todas as manifestações de poder de Jeová que
ele testemunhara não foram suficientes para tirar Ápis, o Bezerro de Ouro de
seu coração. Os sinais que o Senhor fizera no Egito, o Mar Vermelho aberto, a
destruição dos exércitos de Faraó, o Maná diário, a nuvem protetora do dia e a
coluna de fogo noturna não lhe diziam absolutamente nada.
E hoje temos que conviver com estes mesmos líderes Arões
que envergam suas vestimentas de santidade e suas estolas sacerdotais, que
celebram das coisas sagradas do Eterno Deus, entretanto são imundas almas
perdidas, dominadas por toda a sorte de perversidade e carnalidade, estão
possuídos por “Ápis” o Bezerro da luxúria. Mentem, ludibriam e estão muito mais
interessados em agradar ao povo do que amargar a obediência ao Senhor e à Sua
Santa vontade. “Quando esses homens se juntam a vocês nas festas fraternais da
igreja, são manchas malignas no meio de vocês, gargalhando e dando escândalo,
comendo gulosamente e empanturrando-se, sem se preocuparem com os outros. São
como nuvens sem chuva que o vento carrega sobre a terra seca, prometendo muito,
mas não realizando nada. São como árvores frutíferas, sem nenhum fruto na
ocasião da colheita. Não estão apenas mortos, mas duplamente mortos, pois foram
arrancados, com raízes e tudo, para serem queimados. Tudo o que eles deixam
atrás de si é vergonha e desonra, como a espuma suja deixada pelas ondas
bravias ao longo da praia. Andam vagueando de um lado para outro, parecendo
brilhantes como estrelas, mas adiante deles estão a escuridão e as trevas
eternas que Deus preparou para eles. ” Judas
1.12,13
O povo se inquietou porque Moisés estava demorando.
Jesus é o nosso Moisés. Ele pode estar demorando a voltar
para alguns que já começam a se inquietar. Percebemos que em alguns arraiais já
estão celebrando ao Bezerro de Ouro com todas as atividades que lhe são comuns.
O outro evangelho, aquele maldito (anátema), o do Bezerro de ouro, tem enchido
muitas igrejas. Entretanto aqueles que são santos que se santifiquem ainda,
quem é justo que faça justiça ainda. Jesus, que há de vir, virá, e não tardará.
No final do episódio Moisés radicaliza: “E tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o
até que se tornou em pó; e o espargiu sobre as águas, e deu-o a beber aos
filhos de Israel. ” Êxodo
32.20
Veja que este é o fim de uma vida voltada à idolatria e
pecado, a destruição e morte. Moisés destruiu a imagem, dela fez pó, misturou
às águas e fez o povo sorvê-la. Em outras palavras, é como que se Deus os
fizessem beber de sua própria ira, tal qual acontecerá no final dos tempos: “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações;
e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do
furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. Apocalipse 19:15
Que o Senhor nos guarde de toda a idolatria, pois é
relativamente fácil tirar o povo do Egito, a terra do Boi Ápis, mas é muito
difícil tirar o Boi Ápis do coração do povo.
Quem o Senhor nos abençoe.
Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
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Fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/o-bezerro-de-ouro-nosso-de-cada-dia/
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