RICARDO BARROS, NOVO
MINISTRO DA SAÚDE, QUER DISCUTIR LEGALIZAÇÃO DO ABORTO COM IGREJAS
Publicado por Tiago
Chagas em 18 de
maio de 2016
Tags: Aborto, Igreja
Católica, Igrejas
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O
novo ministro da saúde, Ricardo Barros
(PP-PR), afirmou que quer reabrir as discussões sobre a legalização do
aborto no Brasil, pois dados do governo apontariam para 1,5 milhão de casos por
ano, a ampla maioria realizados em clínicas clandestinas, deixando sequelas e
até causando mortes. Para que o tema seja tratado de forma ampla, diz que quer
ouvir a postura das igrejas Católica e evangélicas.
A
ideia de Barros – que é deputado federal licenciado – é que o assunto seja
resolvido a partir de um consenso com toda a sociedade, por isso fez a proposta
de ouvir as igrejas, frontalmente contrárias à legalização do aborto.
“Esse
é um tema delicado. Recebi a informação de que é feito 1,5 milhão de abortos
por ano. Desse total, 250 mil mulheres
ficam com alguma sequela e 11 mil vão a
óbito. Esse é um tema que vou estudar com muito carinho com nossa equipe.
Vou ver com o governo qual será nossa diretriz para agir nessa direção. Essa é
uma decisão de governo. Não de um ministério, algo que possa ser decidido
individualmente”, afirmou Barros, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo
o ministro, “ a maneira como vamos abordar isso vai depender de
discussões”, pois existe grande complexidade no assunto. “Vamos ter de conversar com a
Igreja. A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão.
Temos de ajustar. Antes de propor uma política para isso, vamos ter de realizar
um diálogo muito amplo”, reconheceu, adotando postura diferente do
governo anterior, que promovia ações na direção da legalização do aborto de
forma indireta, ignorando a oposição ao tema.
“Vou
ouvir o máximo que eu puder para que toda ação do ministério seja um pacto, não
apenas uma proposta. Vou propor algo que quem está lá na ponta vai praticar.
Para não ficar uma coisa como o ministro sugere e depois provoca discussão, não
é feito. Vou combinar especialmente com prefeitos. Visitarei todos os Estados”,
acrescentou.
Sobre
a questão da saúde pública como um todo, o ministro disse que hoje, devido à
crise, há “dificuldade de financiamento”, e que será necessário elencar
prioridades: “Vou ouvir os prefeitos, temos de fazer uma articulação ampla. E
fazer algo que possa alcançar o maior número de pessoas. Vou tratar gestão,
governança, prevenção e informação. A prioridade hoje é informação. Quero ter a
capacidade de saber como cada real do SUS é gasto, online”, propôs.
Uma
promessa antiga, com pelo menos 15 anos, está na lista de prioridades do novo
ministro: o Cartão SUS. Para isso, é preciso descobrir os problemas que
inviabilizaram a ideia até hoje. “Os recursos disponíveis no DataSus deverão
ser redirecionados para essa tarefa. Se conseguir informatizar toda estrutura
do SUS saberei como cada cidadão é atendido. Resolveremos o problema dos
cartões duplicados. Hoje existem cerca de 300 milhões, número muito acima da
nossa população. O sistema já foi implementado, mas precisa ser aprimorado para
que duplicações desapareçam. É o mesmo problema da Cédula de Identidade, que
pode ser feita em 27 Estados”, concluiu.
Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/ministro-saude-discutir-legalizacao-aborto-igrejas-82764.html
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